Só houve um Sporting pior do que este: o que terminou em sétimo

Englobando os três “grandes”, apenas uma vez uma equipa esteve tão atrasada como o actual Sporting na luta pelo título e pela Liga dos Campeões. Um indicador para que os “leões” se foquem na Liga Europa.

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Vercauteren e Oceano (com Frederico Varandas à direita), dois dos quatro treinadores do Sporting em 2012/13 RG Rui Gaudencio

A 16 pontos da liderança do Benfica e a 12 da vice-liderança do FC Porto, o Sporting vê o título como uma fantasia e mesmo a qualificação para a Liga dos Campeões está quase a ser uma quimera. Uma quimera atestada pela história: desde 1995 (ano em que a vitória passou a valer três pontos), apenas em 2012/13 uma equipa esteve mais longe dos dois primeiros lugares à 15.ª jornada: foi o Sporting, que, nesse ano, terminou em sétimo lugar, a 36 (!) pontos do campeão FC Porto e a 35 do vice-campeão Benfica.

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A 16 pontos da liderança do Benfica e a 12 da vice-liderança do FC Porto, o Sporting vê o título como uma fantasia e mesmo a qualificação para a Liga dos Campeões está quase a ser uma quimera. Uma quimera atestada pela história: desde 1995 (ano em que a vitória passou a valer três pontos), apenas em 2012/13 uma equipa esteve mais longe dos dois primeiros lugares à 15.ª jornada: foi o Sporting, que, nesse ano, terminou em sétimo lugar, a 36 (!) pontos do campeão FC Porto e a 35 do vice-campeão Benfica.

Escreveu-se que a derrota do Sporting frente ao FC Porto, neste domingo, em Alvalade, foi um desfecho cruel para uma equipa que foi mais perigosa e que “apenas” não soube finalizar os lances de perigo. Tão ou mais cruel do que este desfecho é a frieza dos números: a 16 pontos do Benfica e a 12 do FC Porto, este atraso do Sporting só tem paralelo nos 21 pontos que separavam os “leões” dos rivais, na tal temporada de 2012/13.

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Nesse ano, a equipa de Alvalade seguia num confrangedor oitavo lugar, numa fase em que acabava de escolher o seu quarto treinador na época: falhou com Ricardo Sá Pinto, transitou com Oceano Cruz, vacilou novamente com Franky Vercauteren e fechou a época com Jesualdo Ferreira.

A troca nos treinadores pouco fez por um Sporting que subiu apenas uma posição, terminando em sétimo lugar, e que falhou a qualificação europeia. E terminou bem mais perto da descida de divisão do que do título nacional.

Nessa temporada, os bons desempenhos de Paços de Ferreira, Estoril e Rio Ave contribuíram para a má posição final dos “leões”, algo que, nesta temporada, é menos crível e dá algum alento ao Sporting: com Benfica e FC Porto numa presumível luta a dois, no topo, há duas vagas europeias para serem disputadas, aparentemente, por Famalicão, Sporting, Sp. Braga e V. Guimarães. Não parece hercúleo para a equipa “leonina”.

Sporting é “cliente habitual”

Voltando aos números, o atraso actual do Sporting é, de resto, uma constante desde 1995. Nas dez vezes em que um dos três “grandes” superou a dezena de pontos de atraso para o líder, à jornada 15, uma foi com o Benfica e, com o Sporting, foram… as restantes nove. O FC Porto, por extensão, nunca esteve em tal situação, facto que atesta, sobremaneira, a regularidade portista nas últimas duas décadas e meia.

Após o jogo frente ao FC Porto, Silas, treinador do Sporting, recusou que o segundo lugar esteja perdido: “Segundo lugar perdido? Não. A 12 pontos, mas a jogarmos assim? Não dou absolutamente nada como adquirido. Não dou mesmo”.

A crença do técnico, suportada pela exibição convincente, é, porém, esfriada, novamente, pela crueldade dos números: apenas duas vezes algum dos “grandes” esteve a mais de dez pontos do segundo lugar nesta fase da época: o tal Sporting de 2012/13 e um outro conjunto “leonino”, o de 2009/10, que seguia com os mesmos 12 pontos de atraso que tem actualmente. Nesse ano, a equipa não só não recuperou a desvantagem como a deixou crescer, terminando a 23 pontos do Sp. Braga, vice-campeão desse ano.

O desfecho das temporadas pouco ou nada é influenciado pelos registos históricos do passado, mas uma coisa é certa: à jornada 15, só uma equipa, nas últimas duas décadas e meia, foi mais fraca do que este Sporting em comparação com líder e vice-líder da Liga. E isso, em abstracto, pode ser um indicador para que este Sporting se foque na Liga Europa. É aí que está o “ouro” para a temporada “leonina”.