NATO suspende operações de treino no Iraque
Trinta militares portugueses estão incluídos no contingente que treina as forças daquele país, a pedido do Governo iraquiano, para impedir o regresso do Daesh.
A NATO suspendeu as operações de treino no Iraque, disse este sábado o porta-voz da organização, Dylan White, após a morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque norte-americano a Bagdad. A missão da NATO no Iraque, que inclui trinta militares portugueses, treina as forças daquele país desde Outubro de 2018, a pedido do Governo iraquiano, para impedir o regresso do Daesh.
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A NATO suspendeu as operações de treino no Iraque, disse este sábado o porta-voz da organização, Dylan White, após a morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque norte-americano a Bagdad. A missão da NATO no Iraque, que inclui trinta militares portugueses, treina as forças daquele país desde Outubro de 2018, a pedido do Governo iraquiano, para impedir o regresso do Daesh.
“A missão da NATO continua, mas as actividades de treino estão suspensas”, disse White, sem mais explicações. O porta-voz também confirmou que o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, conversou por telefone com o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, após os recentes acontecimentos no Iraque. “A segurança do nosso pessoal é fundamental. Continuaremos a tomar as precauções necessárias”, acrescentou Dylan White.
A Aliança Atlântica está a monitorizar a situação atentamente, acrescentou o porta-voz. Teme-se que o assassínio do segundo homem mais poderoso do Irão, como era considerado o general Soleimani, desencadeie um novo conflito no Médio Oriente. A missão da NATO no Médio Oriente inclui várias centenas de formadores, consultores e pessoal de apoio de países da Aliança e de países parceiros, tanto militares como civis.
A coligação internacional anti-jihadista liderada pelos Estados Unidos reduziu as suas operações e reforçou a segurança das suas bases no Iraque, disse também uma autoridade norte-americana à AFP em Bagdad.
O exército alemão anunciou também, ainda na sexta-feira, que os EUA e os seus aliados tinham shspenso o treino das forças iraquianas ao abrigo de uma missão liderada pelos Estados Unidos denominada Inherent Resolve, devido ao aumento do nível de risco. Sob o comando do general norte-americano Pat White, esta missão foi criada em 2014 para contrariar a ameaça do Daesh no Iraque e na Síria, e hoje o seu mandato inclui operações para aumentar a estabilidade regional.
O comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Qassem Soleimani, morreu na sexta-feira num ataque aéreo (drone) contra o aeroporto internacional de Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos. No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.
Mike Pompeo, secretário de Estado americano, disse que o ataque - que ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente - foi uma “acção preventiva” perante um “ataque iminente” a cidadãos americanos.
A missão da NATO no Iraque é comandada pela major general canadiana Jennie Carigan, com experiência no Médio Oriente (Bósnia e Afeganistão), e integra trinta efectivos portugueses, incluindo três mulheres.