Um par invulgar

No coração de Os Dois Papas havia um óptimo filme, que só precisava de um realizador que soubesse identificar o coração de um filme, e não ter medo dele.

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É um odd couple: Joseph Ratzinger e Jorge Bergoglio, Bento XVI e Francisco, apanhados nos encontros que precederam a renúncia do primeiro e a investidura do segundo, a discutirem as suas diferenças, a Igreja, o mundo, a Igreja no mundo. Os Dois Papas tem óptimos diálogos, que podiam apontar quer a uma leveza cómica de buddy movie, quer a uma reflexão mais densa e profunda sobre os assuntos em questão. Mas dá impressão que Meirelles tem medo de tudo e usa esses elementos como refúgios — a comédia para fugir à densidade, a seriedade para fugir ao humor. Este argumento e este ponto de partida davam para muito mais e muito melhor.

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É um odd couple: Joseph Ratzinger e Jorge Bergoglio, Bento XVI e Francisco, apanhados nos encontros que precederam a renúncia do primeiro e a investidura do segundo, a discutirem as suas diferenças, a Igreja, o mundo, a Igreja no mundo. Os Dois Papas tem óptimos diálogos, que podiam apontar quer a uma leveza cómica de buddy movie, quer a uma reflexão mais densa e profunda sobre os assuntos em questão. Mas dá impressão que Meirelles tem medo de tudo e usa esses elementos como refúgios — a comédia para fugir à densidade, a seriedade para fugir ao humor. Este argumento e este ponto de partida davam para muito mais e muito melhor.