Morreu Benjamim Pereira, o antropólogo que amava por inteiro as culturas populares portuguesas
Membro de uma equipa histórica que criou o Museu Nacional de Etnologia e deu a ver Portugal com o rigor científico que se impunha, manteve-se sempre exigente e generoso, envolvendo-se em vários projectos espalhados pelo país. Morreu na quarta-feira, aos 91 anos, em Viana do Castelo.
Gostava do trabalho de campo, de percorrer o país nas suas recolhas de alfaias agrícolas ou de instrumentos de pesca sem olhar para o calendário nem para o relógio. Entrava nos lagares, andava pelas aldeias e conversava com as mulheres à beira-rio com o mesmo à-vontade com que discutia a preparação de mais um livro ou de uma exposição. O que queria, sempre, era compreender objectos e práticas, mostrá-los para que também outros ouvissem falar as pessoas que com eles lidavam e conhecessem as suas histórias. “Ele amava com amor inteiro as culturas populares portuguesas”, diz a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva agora que o antropólogo Benjamim Pereira morreu. Foi na quarta-feira no Hospital de Viana do Castelo, ao qual tinha recorrido após doença súbita, explicou ao PÚBLICO Clara Saraiva, presidente da Associação Portuguesa de Antropologia (APA) e sua amiga de longa data. Tinha 91 anos celebrados no dia de Natal e um percurso que fez dele uma referência da disciplina em Portugal.
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Gostava do trabalho de campo, de percorrer o país nas suas recolhas de alfaias agrícolas ou de instrumentos de pesca sem olhar para o calendário nem para o relógio. Entrava nos lagares, andava pelas aldeias e conversava com as mulheres à beira-rio com o mesmo à-vontade com que discutia a preparação de mais um livro ou de uma exposição. O que queria, sempre, era compreender objectos e práticas, mostrá-los para que também outros ouvissem falar as pessoas que com eles lidavam e conhecessem as suas histórias. “Ele amava com amor inteiro as culturas populares portuguesas”, diz a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva agora que o antropólogo Benjamim Pereira morreu. Foi na quarta-feira no Hospital de Viana do Castelo, ao qual tinha recorrido após doença súbita, explicou ao PÚBLICO Clara Saraiva, presidente da Associação Portuguesa de Antropologia (APA) e sua amiga de longa data. Tinha 91 anos celebrados no dia de Natal e um percurso que fez dele uma referência da disciplina em Portugal.