Aí estão eles à espera da solidão do PS
Os que hoje atacam os serviços públicos são os mesmos que parasitam o Estado e exigem à cabeça lucros (via parcerias) independentemente dos resultados.
À medida que o tempo vai decorrendo fica mais nítido o que sucedeu com a grave crise gerada para “salvação” dos bancos que se arruinaram com a sua gestão, antes elogiadíssima.
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À medida que o tempo vai decorrendo fica mais nítido o que sucedeu com a grave crise gerada para “salvação” dos bancos que se arruinaram com a sua gestão, antes elogiadíssima.
Depois da nacionalização da banca, a reprivatização foi como uma das medidas mais necessárias para obterem lucros e salvarem os bancos e a economia (sempre em salvação) face ao despesismo e à incúria do Estado.
Foi a grande loucura. O BCP abriu só com homens. Mulheres no banco do Jardim só na igreja ou na cozinha… Era a banca sadia. Lucros estratosféricos. Crédito a jorros. Gaste e pague depois, diziam eles, os poupadinhos. O glamour.
Durante trinta anos de cima da sua arrogância e poder fizeram o que quiseram com o beneplácito dos governantes. Quem tinha bancos podia ter ministros, secretários de Estado, municípios, políticos, jornais, televisões, tudo… O país era deles, literalmente.
Veio a crise. E de quem foi a culpa? Dos portugueses que viviam acima das possibilidades, embora não fossem donos de nenhum banco a rebentar de tanto crédito mal concedido a amigos, parentes, compadres, à família. A direita, mas não só (no PS também houve quem seguisse a ladainha) foi em socorros dos seus génios fustigando o pobre povo atordoada pela pancadaria nos vencimentos cortados até às unhas. Aguentava, diziam os espertalhaços …
A salvação de Portugal, o seu resgate, estava no empobrecimento. Passos ainda tinha um de seiscentos milhões para cortar, se tivesse ganho as eleições com o CDS, e que provavelmente o candidato a líder do PSD Luís Montenegro tem em vista, se ganhar. Diga-se que este restaurador- mor da direita nem uma vez criticou o poder dos sacrossantos banqueiros.
Os bancos que escarneciam do Estado gastador, cheio de gorduras, e o combatiam, receberam quase dezanove mil milhões de euros para se salvarem arruinando a vida de milhões de portugueses.
Vive-se hoje uma luta quase sempre às escondidas para que não venha ao de cima esse lado escandaloso da incompetência. Os que hoje atacam os serviços públicos são os mesmos que parasitam o Estado e exigem à cabeça lucros (via parcerias) independentemente dos resultados. Finórios. São os que confundem os seus bolsos com a economia nacional. São os que em sede de concertação social se entrincheiram contra o aumento diário no salário mínimo de um café, mas se calam ou defendem que o Estado continue a encher o banco vendido ao preço da uva mijona ao Lonely Star e que que continue ad nauseam a pagar danos colaterais de outro escândalo, como foi o BPN, não tendo bastado o que todos pagámos. São os mesmos que acharam ser um grande negócio vender a EDP a uma multinacional chinesa por um par de tostões a ponto de agora estarem prestes a venderam seis das cinquenta e nove barragens por dois mil e setecentos milhões de euros, sendo que apenas os ativos não estratégicos têm um valor de seis mil milhões.
E que dizer da venda da PT-Telecom com todo aquele cortejo de excelente administradores com as mais altas condecorações sentados nos bancos dos tribunais como arguidos para serem julgados daqui a muitos anos porque a justiça em Portugal não é para pressas para os poderosos. E a venda da ANA? Fez um contrato que lhe assegura a exploração do aeroporto de Lisboa até a gente se esquecer da data enchendo os acionistas de vil metal…Tudo ao desbarato. Eles é que sabem. Vão para o governo e depois pulam para a EDP dos chineses (Mexia e Teixeira dos Santos, sempre tiveram uma costela comunista), para a ANA (José Luis Arnault) para o FMI (Vitor Gaspar) ou para a Arrow, Maria Luis Albuquerque.
A verdade é que, na expectativa de que o governo do PS esteja quatro anos de solidão à esquerda, já se apressam a exigir na Saúde, na Escola Pública, na Justiça, na Segurança Social, par tout.