Número de mortes por violência doméstica sobe para 35 só este ano
São já 35 as mulheres, homens e crianças assassinadas em Portugal no contexto de violência doméstica só em 2019.
São já 35 as pessoas mortas em contexto de violência doméstica durante o ano de 2019 em Portugal. A juntar aos mais recentes dados divulgados em Novembro pelo Governo — que se comprometeu a fazê-lo trimestralmente — somam-se mais duas vítimas mortais, duas mulheres assassinadas alegadamente pelos companheiros, uma em Cascais, outra em Leiria. Passam assim a existir 27 mulheres adultas mortas, uma criança e sete homens.
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São já 35 as pessoas mortas em contexto de violência doméstica durante o ano de 2019 em Portugal. A juntar aos mais recentes dados divulgados em Novembro pelo Governo — que se comprometeu a fazê-lo trimestralmente — somam-se mais duas vítimas mortais, duas mulheres assassinadas alegadamente pelos companheiros, uma em Cascais, outra em Leiria. Passam assim a existir 27 mulheres adultas mortas, uma criança e sete homens.
Sábado à noite, em Cascais, relatou à Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, um homem de 43 anos desferiu “pelo menos duas facadas na zona do tórax” da companheira. A mulher ainda foi assistida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), mas “acabou por falecer no local”.
O homem abandonou o local do crime e esteve em fuga durante algumas horas, mas foi localizado e detido na madrugada deste domingo, por volta das 2h. Esta informação foi confirmada ao PÚBLICO pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
Na sexta-feira, uma mulher foi morta em Leiria, também pelo companheiro. O suspeito foi detido pelas autoridades depois de um despiste durante a fuga. Foi presente no sábado ao juiz de instrução do Tribunal Judicial de Leiria que decretou prisão preventiva, disse à Lusa fonte judicial.
Segundo a mesma fonte o homem, de 35 anos, degolou a mulher de 34 anos com um x-acto e pôs-se em fuga. Em casa estavam os filhos da vítima, de dois e seis anos, fruto de relações anteriores, que estão agora sob a responsabilidade da Comissão da Protecção de Crianças e Jovens.
A mesma fonte policial revelou à Lusa que a PSP tinha sido alertada para discussões entre o casal, “mas nada previa este desfecho” nem haveria suspeita de violência doméstica. O arguido não tinha antecedentes criminais. Depois de matar a mulher, que perdeu a vida no local apesar das manobras de reanimação, o suspeito pôs-se em fuga, vindo a ser detido pela GNR, após se despistar no Itinerário Complementar 2 (IC2), em Pombal. Não apresentava ferimentos nem ofereceu resistência no momento da detenção.
Até 12 de Novembro, as estatísticas realizadas pelo Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA), da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), apontavam para a morte de 28 mulheres e 27 tentativas de femicídio em 2019. Com as duas mais recentes mortes, a contagem de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica sobe para 30, número que ultrapassa as 28 mortes registadas em 2018 por esta organização.
De acordo com a mesma organização, nos últimos 15 anos, houve 531 vítimas e 618 vítimas de tentativa de homicídio em contexto de violência doméstica.