1. Termina uma década que começou com os efeitos devastadores da crise que abalou o coração do sistema financeiro mundial, transformando-se na Grande Recessão, cujos efeitos ainda estamos a sofrer. Nasceu nos Estados Unidos, com a crise do subprime (2007) e com a queda do Lehman Brothers (2008) e propagou-se em ondas de choque à escala global, atingindo com mais violência as economias ricas do Ocidente. Foi isso que a distinguiu de outras, cujo epicentro se situou na Ásia ou na América Latina. Trouxe com ela uma vaga de desconfiança em relação ao modelo de desenvolvimento económico ocidental, até então aquele que toda a gente queria copiar como o caminho mais rápido para o enriquecimento. Abriu as portas à emulação de modelos de tipo chinês, geridos com mão de ferro pelo Estado ou por uma “tecnocracia inteligente” que se acha dona da verdade à qual o comum dos mortais não tem acesso. A crise, que começou por ser financeira, económica e social, acabou por traduzir-se em pesadas consequências políticas para as democracias liberais e para o mundo. Na segunda década do século XXI, vimos entrar em cena novas e velhas correntes populistas e nacionalistas. Já nos habituámos a elas, mesmo que ainda não tenhamos descoberto a maneira mais eficaz de as derrotar. Apenas sabemos que são contagiosas.
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1. Termina uma década que começou com os efeitos devastadores da crise que abalou o coração do sistema financeiro mundial, transformando-se na Grande Recessão, cujos efeitos ainda estamos a sofrer. Nasceu nos Estados Unidos, com a crise do subprime (2007) e com a queda do Lehman Brothers (2008) e propagou-se em ondas de choque à escala global, atingindo com mais violência as economias ricas do Ocidente. Foi isso que a distinguiu de outras, cujo epicentro se situou na Ásia ou na América Latina. Trouxe com ela uma vaga de desconfiança em relação ao modelo de desenvolvimento económico ocidental, até então aquele que toda a gente queria copiar como o caminho mais rápido para o enriquecimento. Abriu as portas à emulação de modelos de tipo chinês, geridos com mão de ferro pelo Estado ou por uma “tecnocracia inteligente” que se acha dona da verdade à qual o comum dos mortais não tem acesso. A crise, que começou por ser financeira, económica e social, acabou por traduzir-se em pesadas consequências políticas para as democracias liberais e para o mundo. Na segunda década do século XXI, vimos entrar em cena novas e velhas correntes populistas e nacionalistas. Já nos habituámos a elas, mesmo que ainda não tenhamos descoberto a maneira mais eficaz de as derrotar. Apenas sabemos que são contagiosas.