Lana Del Rey, FKA Twigs e Nick Cave lideram a lista das listas dos melhores de 2019
O mercado globalizado da música está cada vez mais fragmentado e com milhares de edições anuais. Neste cenário dir-se-ia quase impossível chegar a consensos. Mas apesar da aparente dispersão, no final de cada ano, quando se fazem as habituais listas e balanços qualitativos dos melhores lançamentos existem sempre uma série de álbuns que reúnem alguma unanimidade e em 2019 não foi excepção.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O mercado globalizado da música está cada vez mais fragmentado e com milhares de edições anuais. Neste cenário dir-se-ia quase impossível chegar a consensos. Mas apesar da aparente dispersão, no final de cada ano, quando se fazem as habituais listas e balanços qualitativos dos melhores lançamentos existem sempre uma série de álbuns que reúnem alguma unanimidade e em 2019 não foi excepção.
O sítio da internet Album Of The Year todos os anos faz um exercício interessante. Pega nas listas de melhores álbuns do ano de mais de 100 publicações, entre elas as mais influentes do planeta (da Billboard à Pitchfork, do The Guardian ao New York Times, da Les Inrocks à Mojo, ou do NME à The Wire) e compõe um resultado agregado a partir de todas essas listas. Este ano entre os dez mais elegidos a partir do somatório de todas essas listagens não existem grandes surpresas.
Nos dois primeiros lugares duas cantoras. A americana Lana Del Rey, com o álbum Norman Fucking Rockwell! foi a mais elegida (foi a 1ª para 12 publicações), enquanto em segundo figura a inglesa FKA Twigs, que este ano lançou o seu segundo álbum Magdalene (foi a 1ª em nove votações). Sem espanto, Nick Cave & The Bad Seeds, com o álbum Ghosteen – o disco do ano para o IPSÍLON – figura na terceira posição.
Curiosamente a reconhecimento generalizado de Lana Del Rey acontece um dia depois de a cantora ter publicado uma mensagem no Twitter, mostrando-se disponível para oferecer uma recompensa a quem possa devolver o que foi roubado num assalto à casa de familiares, nomeadamente material de trabalho pertencente à irmã Chuck Grant, que é a fotógrafa e autora das imagens de promoção de todos os discos da americana. “Não farei perguntas”, prometeu, em caso de devolução, mostrando-se agastada com o sucedido. “O trabalho que perdemos não pode ser reproduzido e não existe em mais lado nenhum”, argumentou.
Já aquela que foi provavelmente o fenómeno-revelação do ano, a americana Billie Eilish, com When We Fall Asleep, Where do We Go?, situa-se no quarto lugar, sendo o quinto ocupado com o rapper americano Tyler, The Creator com Igor. Em sexto e sétimo mais duas mulheres, as americanas Angel Olsen (com All Mirrors) e Weyes Blood (com Titanic Rising), destacando-se mais alguns nomes entre os mais citados, como o álbum homónimo de Purple Mountains, lançado pouco antes da morte do seu autor, o cantautor David Berman em Agosto passado, ou Sharon Van Etten, com Remind Me Tomorrow, e Solange com When I Get Home.