Montemor-o-Velho: ao contrário da aflição, a tranquilidade leva tempo a instalar-se
A Ereira, eterna ilha em tempo de cheias no Baixo Mondego, tantas vezes submersa e isolada, tem desta vez sido poupada à invasão furiosa das águas do rio. Pouco habituada ao conforto de ser espectadora, a população está vigilante.
O automóvel aproxima-se, vindo do lado de Montemor-o-Velho. Avança pela estrada enxuta, ladeada por campos cobertos de água. À entrada da povoação, na zona da praia fluvial, contorna a rotunda e pára num dos vários sítios livres para estacionar. A sua chegada é acompanhada pelo olhar de alguns homens, entretidos a conversar, aproveitando a manhã de Inverno soalheira. O que é que há de extraordinário nesta descrição corriqueira? Nada. E no entanto tudo.
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O automóvel aproxima-se, vindo do lado de Montemor-o-Velho. Avança pela estrada enxuta, ladeada por campos cobertos de água. À entrada da povoação, na zona da praia fluvial, contorna a rotunda e pára num dos vários sítios livres para estacionar. A sua chegada é acompanhada pelo olhar de alguns homens, entretidos a conversar, aproveitando a manhã de Inverno soalheira. O que é que há de extraordinário nesta descrição corriqueira? Nada. E no entanto tudo.