“Brexit”: Von der Leyen defende reavaliação do prazo para acordo comercial com Londres
A presidente da Comissão Europeia diz que ambos os países devem “considerar seriamente se as negociações são viáveis em tão pouco tempo”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu esta sexta-feira uma reavaliação, em meados do próximo ano, do prazo estipulado para Bruxelas e Londres chegarem a um acordo comercial após o “Brexit”, reiterando preocupação pelo escasso tempo.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu esta sexta-feira uma reavaliação, em meados do próximo ano, do prazo estipulado para Bruxelas e Londres chegarem a um acordo comercial após o “Brexit”, reiterando preocupação pelo escasso tempo.
“Acho que seria razoável fazer um balanço a meio do [próximo] ano e, se necessário, concordar com uma nova extensão do período de transição”, declarou Ursula von der Leyen, em entrevista ao jornal francês Les Echos, publicada esta sexta-feira.
A responsável reiterou àquela publicação estar “muito preocupada com o pouco tempo” existente para a União Europeia (UE) conseguir um acordo comercial com o Reino Unido após a concretização do “Brexit”, em Janeiro próximo, preocupações estas que foram também já assumidas pelo negociador do bloco comunitário para “Brexit”, Michel Barnier.
“Parece-me que, de ambos os lados, devemos considerar seriamente se as negociações são viáveis em tão pouco tempo”, insistiu Ursula von der Leyen.
Há uma semana, o parlamento britânico, no qual o partido Conservador tem maioria, aprovou o projecto de lei referente ao acordo de saída da UE, que torna possível que o Reino Unido saia da União na data prevista de 31 de Janeiro.
Os deputados da Câmara dos Comuns autorizaram por 358 votos, contra 234, que o texto apresentado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, passe à fase parlamentar seguinte, onde poderá ainda sofrer alterações a nível de comissões parlamentares antes da aprovação definitiva, já em 2020.
O processo legislativo prosseguirá depois do Ano Novo, prevendo-se que a votação final seja feita a 9 de Janeiro.
Após o consentimento da rainha, faltará apenas o Parlamento Europeu votar o acordo de saída, proposto por Boris Johnson, cujo partido dispõe de uma confortável maioria absoluta, alcançada nas eleições de 12 de Dezembro.
Após estes passos, inicia-se um período de transição, que começa depois da data de saída, 31 de Janeiro, e prolonga-se até 31 de Dezembro.
Durante estes 11 meses, o Reino Unido continua a respeitar as regras da UE e a fazer parte do mercado único enquanto Londres e Bruxelas negoceiam um novo acordo comercial.
Também na semana passada, no Parlamento Europeu, o negociador chefe da UE para o “Brexit” afirmou que “não será possível fazer tudo” no prazo estipulado, enquanto a presidente da Comissão Europeia admitiu que “o calendário que existe pela frente é um grande desafio”.