Greve na recolha selectiva de lixo no Norte com “quase 100% de adesão” mas empresas negam
Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho pelo que pararam por dois dias.
O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) avançou que a greve que arrancou nesta quinta-feira e se prolonga até sexta-feira e que visa a recolha selectiva de lixo em concelhos do Norte do país regista “quase 100% de adesão”. Já o grupo EGF, que junta as duas empresas, diz que a adesão à greve na Resiestrela é de 50%, enquanto na Resinorte é de 39%.
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O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) avançou que a greve que arrancou nesta quinta-feira e se prolonga até sexta-feira e que visa a recolha selectiva de lixo em concelhos do Norte do país regista “quase 100% de adesão”. Já o grupo EGF, que junta as duas empresas, diz que a adesão à greve na Resiestrela é de 50%, enquanto na Resinorte é de 39%.
Em declarações à agência Lusa, Joaquim Sousa, do STAL falou em “balanço muito positivo nas primeiras horas de greve”, frisando que “a maioria dos trabalhadores estão a aderir” a uma “greve histórica na Resinorte”.
“Registamos uma forte adesão. Quase 100%. Apenas há recolha graças aos serviços mínimos que foram decretados, abusivamente, pelo tribunal. O objectivo é convencer a administração da Resinorte a sentar-se à mesa de negociações. Esta é a primeira greve da história da empresa”, referiu o dirigente sindical.
Joaquim Sousa falava à Lusa desde o piquete de greve que decorre em Riba D” Ave, concelho de Vila Nova de Famalicão, local onde os trabalhadores em greve se concentraram à porta para exigir “melhores condições de trabalho”.
“Os salários são muito baixos e mesmo quando a empresa dá migalhas, não as distribui por todos. Há discriminação. Só queremos sentar-nos à mesa e negociar”, disse a mesma fonte.
Já nota do STAL enviada à Lusa soma, como reivindicações dos trabalhadores, “a melhoria dos salários e de outras prestações pecuniárias, nomeadamente, do subsídio de refeição, transporte, e a recuperação do poder de compra perdido”, bem como “o respeito pela contratação colectiva e respostas sérias às propostas sindicais de negociação de um acordo colectivo de trabalho, que normalize e constitua um instrumento de efectiva melhoria das condições de trabalho”.
A valorização dos trabalhadores e das suas carreiras profissionais, bem como um seguro de saúde para todos, e o seu alargamento ao agregado familiar, são outras das exigências dos trabalhadores.
De acordo com Joaquim Sousa, “de um universo de cerca de 150 trabalhadores, apenas seis estão a trabalhar”.
Na segunda-feira, o STAL anunciou que iria lutar “por todos os meios”, incluindo os judiciais, contra os serviços mínimos fixados pelo Tribunal Arbitral para a greve na Resinorte. Por seu lado, a EGF diz que "a administração sempre esteve disponível para dialogar e tem mantido diálogo".
Em comunicado, o STAL referiu que, com a decisão tomada, o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social “arrasa o direito à greve”.
Em causa o facto de terem sido decretados como serviços mínimos oito equipas de dois trabalhadores para fazer a recolha dos ecopontos nos concelhos de Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Fafe, Vila Real, Amarante, Marco de Canaveses e Chaves.
Segundo o STAL, o tribunal invoca questões de perigo para a salubridade pública, para o ambiente e para a segurança, “que nunca fundamenta ou concretiza”.
A Resiestrela tem como missão receber e tratar resíduos dos municípios de Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Manteigas, Penamacor, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Covilhã. Por sua vez a Resinorte actua na recolha dos ecopontos nos concelhos de Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Fafe, Vila Real, Amarante, Marco de Canaveses e Chaves, entre outros.