José Mário Brandão: “Sou um galerista em vias de extinção”

Abriu a Nasoni e a Atlântica, ajudou depois também à criação da “movida” artística portuense da Rua de Miguel Bombarda, com a Canvas e a Graça Brandão, até se fixar em Lisboa. É um galerista persistente que o espaço Mira homenageia agora no Porto.

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José Mário Brandão fotografado na sua casa do Porto anna costa

O Espaço Mira, em Campanhã, está a apresentar, desde o final de Novembro e até 4 de Janeiro, a exposição-homenagem Velho (e belo) amigo – Um abraço a José Mário Brandão. Trata-se de um tributo a um galerista, nascido em Oliveira de Azeméis, em 1946, que marcou a cena artística portuense desde a década de 1980 com casas como a Nasoni e a Atlântica, e depois a Canvas e a Graça Brandão. Em 2006 radicou-se em Lisboa, com uma extensão desta última galeria, tentando recuperar na capital o espaço (e o mercado) perdido na cidade onde se tinha fixado na década de 60. A exposição no Mira, comissariada por José Maia e José Almeida Pereira, é um gesto afectivo para com uma figura que é uma referência na divulgação da arte contemporânea portuguesa e brasileira em Portugal e na Europa. Alguém que persiste na sua aventura, apesar de algum cansaço e de uma certa desilusão perante o estado das artes. Um “galerista em vias de extinção”, agora a viver numa cidade com um clima melhor do que o do Porto, mas com uma playlist sempre muito reservada, diz.