Agitação marítima provoca inundações em zonas costeiras
Há relatos de inundações em Paramos (Espinho), São Pedro de Moel (Marinha Grande) e Areia Branca (Lourinhã).
A costa portuguesa está com aviso laranja do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pela forte agitação marítima que se faz sentir. Já neste domingo o mar invadiu alguns bares na frente de praia da Areia Branca, no concelho da Lourinhã. Em São Pedro de Moel, no concelho da Marinha Grande, o mar chegou à praça Afonso Lopes Vieira, deixando um rasto de espuma. Também na zona de Paramos, em Espinho, o mar chegou às casas.
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A costa portuguesa está com aviso laranja do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pela forte agitação marítima que se faz sentir. Já neste domingo o mar invadiu alguns bares na frente de praia da Areia Branca, no concelho da Lourinhã. Em São Pedro de Moel, no concelho da Marinha Grande, o mar chegou à praça Afonso Lopes Vieira, deixando um rasto de espuma. Também na zona de Paramos, em Espinho, o mar chegou às casas.
Na praia da Areia Branca, na Lourinha, há imagens partilhadas nas redes sociais que mostram como a água chegou aos bares da linha de praia. A Protecção Civil alerta que não devem ser tomados comportamentos de risco, evitando as zonas costeiras.
Segundo as previsões do IPMA, a agitação marítima no Norte e no Centro vai manter-se elevada até ao meio da manhã de segunda-feira.
Apanhados por ondas no Estoril
Cinco pessoas foram atingidas, na manhã deste domingo, por ondas gigantes quando passeavam no paredão da praia da Poça, em São João do Estoril, informou o jornal digital Cascais24. Uma mulher de 75 anos chegou mesmo a ser arrastada por uma onda, tendo sido resgatada por um nadador salvador que circulava pelo paredão casualmente. Foi transportada para o Hospital de Cascais, encontrando-se livre de perigo.
O mesmo jornal dá ainda conta que as outras pessoas atingidas, com idades à volta dos 60 anos, foram também transportadas para o Hospital de Cascais, por apresentarem ferimentos ligeiros. Já tiveram alta.
Água tem de ser desinfectada
Em Arganil, o alerta é sobre a água em distribuição, que está a apresentar uma turvação elevada. A Câmara de Coimbra apelou à adopção de medidas de desinfecção, nomeadamente através de fervura.
“Decorrente dos problemas relacionados com as inundações da ETA que abastece Arganil, e apesar das medidas que já estão a ser levadas a cabo pela entidade gestora Águas do Centro Litoral, a água em distribuição apresenta uma turvação elevada. Enquanto a situação persistir, e mantendo-se a distribuição complementar com água desinfectada em cisternas, deverão ser adoptadas pelos munícipes outras medidas básicas de desinfecção, nomeadamente a desinfecção por fervura”, avisou a autarquia.
A população deve ferver a água durante cinco minutos e depois adicionar uma gota de limão à água fervida para melhorar o seu sabor. A água deve ser colocada em recipiente próprio, correctamente tapado e de preferência em local fresco, explica ainda a câmara.
Mondego ainda preocupa em Montemor-o-Velho
Na zona da foz do Mondego, nos concelhos de Soure e Montemor-o-Velho, a situação “continua a ser preocupante”, segundo o relato do comandante operacional distrital de Coimbra, Carlos Tavares. As localidades que podem vir a ser mais afectadas caso a situação se agrave são Ereira e a sede do concelho Montemor-o-Velho, na margem direita do Mondego.
Com a descida do nível das águas em Alfarelos, na margem esquerda, a circulação ferroviária já se realiza em via única durante cerca de dois quilómetros, entre Ameal Sul e Alfarelos e sujeito à velocidade de 30 km/h.
A linha da Beira Alta esteve condicionada durante este domingo devido à queda de pedras na via férrea, no troço entre Muxagata e Fornos de Algodres. Pelas 17h10 a linha já tinha sido, entretanto, reaberta. No entanto, as ligações de Coimbra para a Figueira da Foz e para a linha do Oeste deverão continuar interrompidas por, pelo menos, mais um dia, devido à queda de um poste de catenária junto a uma ponte no Marujal (Montemor-O-Velho).
Centro de Alto Rendimento submerso
O Centro de Alto Rendimento (CAR) de Montemor-o-Velho está submerso por uma camada de cerca de dois metros de água, sendo, para já, incalculáveis os prejuízos materiais para a federação de canoagem (FPC) e autarquia. “Infelizmente, as previsões confirmaram-se e o CAR está totalmente submerso. Uma altura de cerca de dois metros de água dentro dos hangares. Há elevados danos nas infra-estruturas, como a torre de controlo, torre de chegada, hangar, ginásio... Só quando a água baixar conseguiremos avaliar os prejuízos”, disse à agência Lusa o vice-presidente da FPC, Ricardo Machado.
O dirigente tem estado desde sábado no CAR “a tentar proteger alguns bens”, juntamente com alguns funcionários e técnicos da federação, que teve parte das equipas seniores e sub-23 em estágio precisamente até sábado. “Montemor-o-Velho é a nossa base logística. Temos aqui material de apoio às provas, plataformas, barcos a motor, equipamentos e uma série de material que tentamos proteger. Infelizmente, a água subiu um pouco mais do que o esperado. Certamente o CAR vai ter prejuízos e danos muito graves no seu funcionamento”, lamentou.
Retirados 100 animais do canil de Coimbra, 60 acolhidos por famílias
A Câmara de Coimbra retirou mais de uma centena de animais do canil municipal, “por força da subida do caudal do rio Mondego”, dos quais mais de foram recolhidos para famílias de acolhimento.
“Por força da subida do caudal” do Mondego, a Câmara de Coimbra evacuou, no sábado, o canil municipal, “transportando mais de uma centena de animais” para os armazéns do antigo quartel militar do Centro de Instrução de Condução Auto (CICA 4), anunciou neste domingo a autarquia numa nota enviada à agência Lusa. “Foi providenciada alimentação, luz, água e assistência médico-veterinária” para os animais recolhidos nos antigos armazéns militares, que se situam junto ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, com entrada contígua à igreja de Nossa Senhora da Esperança.
Durante sábado e domingo, “mais de seis dezenas de animais foram entregues a famílias de acolhimento que se disponibilizaram para acolher os canídeos neste período crítico”, salienta a câmara, presidida por Manuel Machado. “Às pessoas e a todos os voluntários”, a autarquia “agradece por se terem disponibilizado de imediato de forma bondosa e abnegada, contribuindo para ajudar a debelar os problemas decorrentes das cheias do Mondego”.
A Câmara de Coimbra recorda, entretanto, que “todas as famílias de acolhimento que queiram efectivar a adopção dos canídeos, até 7 de Janeiro de 2020”, estão isentas das “taxas relativas ao processo de esterilização e desparasitação, identificação electrónica e vacinação anti-rábica, no valor de 30,75 euros (IVA incluído), de acordo com as tarifas em vigor”.
Em Soure, vila vizinha de Coimbra, a câmara municipal também decidiu, no sábado, evacuar o canil municipal, por precaução, igualmente na sequência do mau tempo e consequente subida do nível da água no rio Ega, afluente do Mondego. De acordo com o presidente do município, Mário Jorge Nunes, os responsáveis locais estavam preocupados com eventuais roturas dos diques do Mondego, que podem provocar aumento rápido do caudal daquele rio, que é um afluente da margem esquerda do Mondego.
A evacuação do canil da Associação SourePatas foi feita com a ajuda do clube de caçadores, bombeiros e mergulhadores dos bombeiros de Vieira de Leiria. Por outro lado, neste concelho, foram retiradas das suas casas 12 pessoas, “duas delas obrigatoriamente e as restantes dez por precaução”, disse então, à agência Lusa, o autarca.
EDP com “muitos incidentes” em Viseu e Vila Real
A EDP Distribuição não fez neste domingo um balanço sobre as situações de falta de electricidade, mas fonte oficial da empresa explicou que, depois de terem sido resolvidos os problemas relacionados com a depressão Elsa, está-se agora a tentar resolver os problemas causado pela depressão Fabien.
Há “muitos incidentes” por resolver na zona de Vila Real e de Viseu e as “maiores dificuldades são as condições do terreno, que estorvam a mobilidade das equipas: árvores caídas e inundações”, disse.