Sindicatos: adesão à greve dos trabalhadores dos hospitais entre 80% e 90%
Paralisação está a afectar sobretudo as consultas externas e alguns blocos operatórios, segundo os sindicatos. Estão assegurados os serviços mínimos na maior parte dos serviços.
A adesão à greve dos trabalhadores dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais) varia entre os 80% e os 95%. De acordo com os sindicatos está a afectar sobretudo as consultas externas e alguns blocos operatórios. A greve, que começou à meia-noite e irá durar 24 horas, visa exigir progressões na carreira, contagem de tempo de serviço e admissão de mais profissionais.
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A adesão à greve dos trabalhadores dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais) varia entre os 80% e os 95%. De acordo com os sindicatos está a afectar sobretudo as consultas externas e alguns blocos operatórios. A greve, que começou à meia-noite e irá durar 24 horas, visa exigir progressões na carreira, contagem de tempo de serviço e admissão de mais profissionais.
Em declarações à Lusa, Sebastião Santana, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) explicou que no turno da manhã a adesão “está a ser muito boa”, dando o exemplo do Hospital São João, no Porto, com uma adesão de 90%, do Hospital São José, em Lisboa, com 95%, do de Santa Maria (Lisboa), com 90% e no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, onde a adesão à greve ronda os 80%.
“Um pouco por todo o país há consultas externas encerradas e blocos operatórios também, estando só a ser assegurados os serviços mínimos na maior parte dos serviços”, afirmou, sublinhando que os dados são idênticos em todo o país, com uma adesão sempre superior a 80%.
Também em declarações à Lusa, José Abrãao, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP), disse que a greve está com uma adesão entre os 80% e os 90%, alegando que os trabalhadores estão “cansados e saturados de fazerem 10, 12 e 14 horas de trabalho” e não verem o “descongelamento de carreiras para trabalhadores em contrato geral de trabalho”.
“São dezenas de milhar [de trabalhadores] que, com 20 anos de serviço, ganham exactamente o mesmo dos que entram hoje”, acrescentou.
José Abrãao disse que esta paralisação está a ter impacto “nas áreas das carreiras gerais, assistentes operacionais e assistentes técnicos, nos técnicos de diagnóstico e terapêutica”, frisando que “também se tem sentido noutras profissões das carreiras gerais”, afectando sobretudo consultas externas, blocos operatórios e serviços administrativos.
Pedem melhores condições
“Estamos a pressionar para saber do investimento que o Governo disse que ia fazer no SNS, qual é a fatia que é afecta para o descongelamento e reposicionamento dos trabalhadores em contrato individual de trabalho, por uma questão de repor a justiça e de se fazer aquilo que já podia ter sido feito há muito”, disse José Abrãao.
O sindicalista lembrou ainda que estes trabalhadores “querem também ter a possibilidade de se inscreverem na ADSE” e que há um projecto de diploma no Governo desde Maio de 2018, “sem resposta para estas questões”.
“Com a proposta que o Governo fez de 0,3% [de aumentos salariais] estão indignadas e até ofendidas, daí a adesão estar entre 80 a 90%, de norte a sul do país”, acrescentou.
A greve foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), da CGTP, e também pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), da UGT, e abrange os hospitais EPE, que são a maioria das unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde.