Melhor qualidade do ar e das águas balneares, mas mais carros e mais velhos em circulação
Segundo Estatísticas do Ambiente, publicadas pelo INE, em 2018 arderam menos 495,3 mil hectares de floresta. Relatório refere ainda que as despesas em ambiente e receitas provenientes de impostos ambientais atingiram “novos máximos”.
Menos incêndios, melhoria da qualidade do ar e das águas balneares. Estes são três dos aspectos positivos destacados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em relação aos dados do ambiente registado no ano passado. Mas nem tudo melhorou.
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Menos incêndios, melhoria da qualidade do ar e das águas balneares. Estes são três dos aspectos positivos destacados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em relação aos dados do ambiente registado no ano passado. Mas nem tudo melhorou.
Diz o INE que a evolução do ambiente “apresenta sinais contraditórios”. Em 2018 houve mais carros em circulação e mais velhos do que no ano anterior. E um “novo aumento da deposição de resíduos urbanos biodegradáveis em aterro” que “compromete a meta traçada para 2020”.
De acordo com as Estatísticas do Ambiente 2018, publicadas esta sexta-feira, houve um aumento de quatro pontos percentuais no número de dias com qualidade do ar classificados com “Bom” e a concentração de partículas inaláveis também melhorou face a 2017. O relatório salienta que 2018, em Portugal Continental, “foi um ano normal para a temperatura e precipitação”.
Outra nota positiva vai para a qualidade das águas balneares. “Em 2018 foram monitorizadas 608 zonas de águas balneares (603 em 2017), das quais, 554 (91,1%) atingiram um nível de qualidade ‘Excelente’ (529 em 2017, 87,7% do total).” No ano passado 352 praias receberam a Bandeira Azul.
O ano passado também foi melhor em termos de incêndios, com menos ocorrências e área ardida do que em 2017, um ano especialmente devastador. Segundo o INE, arderam 44,6 mil hectares de área rural num total de 12.273 ocorrências.
Contas feitas, menos 495,3 mil hectares ardidos e menos 8733 ocorrências. “Foram assinalados reforços dos patrulhamentos e mais horas despendidas com a prevenção de fogos florestais”, que se traduziu num acréscimo de 45,6% e 36,3%, respectivamente.
Pior nos carros e nos resíduos
Em 2018 “foram recolhidos em Portugal 5,2 milhões de toneladas de resíduos urbanos”, o que significou um acréscimo de 4,2% relativamente a 2017. Ou seja, cada pessoa gerou quase 508 quilos de resíduos urbanos, cerca de mais 21 quilos do que em 2017.
A taxa de preparação de resíduos para reutilização e reciclagem aumentou ligeiramente e está nos 40%. O relatório destaca ainda que “93,4% dos resíduos perigosos saídos do país (53,9 mil toneladas) tiveram como destino Espanha”.
Quanto ao parque de veículos presumivelmente em circulação — compareceram a pelo menos uma das duas últimas inspecções obrigatórias —, aumentou 4%: mais 258 mil veículos. Os veículos a gasóleo continuam a dominar o mercado, representando 65% do parque automóvel em 2018.
Segundo o INE registou-se um “novo envelhecimento” neste sector, com os veículos ligeiros de passageiros a atingir a idade média de 13 anos, em comparação com os 12,7 anos registados em 2017, e os veículos pesados de passageiros a atingir 13,7 anos, quando no ano anterior atingiam 13,4 anos.
Já o consumo de energia primária diminuiu 2,8%, graças ao decréscimo do consumo de carvão e gás natural para a produção de electricidade e ao aumento da quota das fontes de energia renováveis para este fim.
O relatório refere ainda que as despesas em ambiente e receitas provenientes de impostos ambientais atingiram “novos máximos”. No ano passado o Estado arrecadou 5,3 mil milhões de euros em impostos ambientais. Já as empresas industriais “investiram 153 milhões de euros nas actividades destinadas à prevenção, redução e eliminação da poluição”.