Para os britânicos, Ryanair e British Airways estão entre as piores companhias aéreas do mundo

Nos voos de curta duração, a Ryanair ficou em último lugar (outra vez) no inquérito da Which?, associação de consumidores. A British surpreende: em poucos anos passou de estar entre as melhores para os últimos lugares. Já a TAP conseguiu um 11.º lugar.

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British Airways em penúltimo lugar no longo curso e em antepenúltimo nos voos de curta duração Reuters

A Ryanair voltou a ser classificada pelos passageiros do Reino Unido como a pior transportadora aérea do mundo para voos de curta duração no estudo de opinião feito anualmente pela Which?, associação britânica de direitos do consumidor, em relação a companhias que operam no território.

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A Ryanair voltou a ser classificada pelos passageiros do Reino Unido como a pior transportadora aérea do mundo para voos de curta duração no estudo de opinião feito anualmente pela Which?, associação britânica de direitos do consumidor, em relação a companhias que operam no território.

Teve a pior classificação (uma estrela) em cinco dos seis parâmetros avaliados – embarque, conforto dos assentos, serviço de comida e bebida, ambiente no interior da cabine e serviço de apoio ao cliente –; somando uma pontuação de 44%. Mas, por aqui não há surpresas: é o quarto ano consecutivo que surge no último lugar da tabela da Which?.

Já a American Airlines foi a pior classificada nos voos de longo curso, entre as 15 empresas avaliadas, com um somatório final de 48%. E a TAP, avaliada apenas na categoria de voos de curta duração, ficou em 11.º lugar das 17 companhias aéreas que integram a categoria. Obteve uma pontuação de 61% na classificação geral, 66% na pontualidade (a mais baixa da categoria, ex equo com a Tui Airways) e três estrelas em todos os parâmetros à excepção do serviço de comida e bebida (duas estrelas).

Mas a grande surpresa não são as companhias pontuadas para os fim das tabelas: em destaque na imprensa britânica, está a queda da British Airways (BA), transportadora de bandeira do Reino Unido, que outrora proclamava ser a “companhia aérea favorita do mundo” e agora surge em penúltimo lugar no longo curso e em antepenúltimo lugar nos voos de curta duração (atrás só a Vueling, que faz parte do grupo IAG criado pela Iberia e BA, e a Ryanair).

A surpresa é ainda maior porque a empresa passou de ser a melhor nos voos curtos em 2015 no mesmo estudo para a actual (má) posição. O jornal The Guardian resume possíveis razões: alterações nos serviço de refeições a bordo com redução da oferta, falhas tecnológicas e de energia que originaram cancelamentos em massa, um escândalo com a protecção de dados após um ciberataque que resultou no roubo de números de cartão de crédito de passageiros, disputa com pilotos... Ao jornal, um porta-voz da BA discorda dos resultados e refere que, pelo contrário, os inquéritos de satisfação dos passageiros feitos pela própria empresa têm chegado a conclusões opostas, com “os índices de satisfação a aumentarem e a continuarem a aumentar”.

A American Airlines também segue a mesma linha. “Levamos o feedback dos clientes muito a sério e ficamos desapontados ao ver os resultados do estudo da Which?, baseados na experiência de 53 clientes”, criticou um porta-voz da American Airlines em declarações à CNN. “No entanto, reconhecemos que existe sempre espaço para melhorias e continuaremos a esforçar-nos para oferecer um excelente serviço que cuida dos nossos clientes.”

No extremo oposto das tabelas, encontram-se a Aurigny (opera nas Ilhas do Canal, no Reino Unido), a Jet2, a Scandinavian Airlines (SAS), a Aer Lingus e a Swiss, no top5 nos voos de curta duração e, no longo curso, a Singapore Airlines (a melhor classificada entre as duas categorias, com 88%), a Qatar Airways, a Emirates, a Virgin Atlantic e a KLM.

Segundo a Which?, o inquérito de opinião foi feito “a mais de 6500 passageiros” britânicos, com base na experiência tida em “mais de 10 mil voos de 29 companhias aéreas”.

“Ano após ano, os mesmos culpados continuam a cair para novos mínimos, mas, para muitos de nós, há uma escolha”, defende Rory Boland, editor da revista, num comunicado citado pela CNN. “Não é preciso continuar a fazer reservas numa companhia área que o decepcionou – ou da qual gostou por muitos anos mas que agora decaiu em qualidade.”