Montenegro apela à jurisdição do PSD para verificar pagamentos de quotas
Candidatura do antigo líder da bancada social-democrata esteve reunida com presidente do CJN, Nunes Liberato, a quem expôs um conjunto de situações.
Depois de ter pedido a intervenção do conselho de jurisdição nacional (CJN) do PSD para clarificar o pagamento “anormal” de 110 quotas na concelhia de Boticas (Vila Real), a candidatura de Luís Montenegro reuniu-se esta quinta-feira com o presidente do CJN, apelando a que sejam garantidas condições de igualdade a todas as candidaturas no processo eleitoral das directas de Janeiro.
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Depois de ter pedido a intervenção do conselho de jurisdição nacional (CJN) do PSD para clarificar o pagamento “anormal” de 110 quotas na concelhia de Boticas (Vila Real), a candidatura de Luís Montenegro reuniu-se esta quinta-feira com o presidente do CJN, apelando a que sejam garantidas condições de igualdade a todas as candidaturas no processo eleitoral das directas de Janeiro.
“Basicamente, viemos trazer um conjunto de alertas com base em padrões identificados de pagamento de quotas” em vários locais, declarou o ex-deputado António Leitão Amaro, no final da reunião com Nunes Liberato. A candidatura de Luís Montenegro teme que as novas regras, que a direcção de Rui Rio fixou relativamente ao pagamento das quotas, “possam ser aproveitadas de uma forma discriminatória, dando vantagens e gerando em partes do território situações de pagamento em sentido contrário ao que as regras previam”.
“Ao abrigo do regulamento eleitoral, o CJN tem poderes para garantir que, tendo sido criadas novas regras que estão a diminuir a participação, mas aceitando-as, estas não possam ser desvirtuadas e não possa haver uma candidatura que tenha a chave de acesso ao cofre onde estão as bases de dados e contactos dos militantes que as outras candidaturas não têm”, disse o ex-vice presidente da bancada do PSD, assumindo que a candidatura que tem a chave do “cofre” é a de Rui Rio.
O ex-deputado, que apoiou Rui Rio nas directas de 2018, tenta afastar uma suspeição generalizada relativamente ao processo de pagamento das quotas e diz que se trata de um alerta baseado em padrões identificados. O objectivo – afirma – é fortalecer o PSD, ampliando a participação, simplificando burocracias que não fazem sentido e procurando que não aconteçam situações de discriminação”. Para Leitão Amaro, o CJN “tem todos os meios para verificar a forma como são feitos todos os pagamentos de quotas e poder detectar padrões estranhos”.
Insurgindo-se contra alguns “processos burocráticos” que considera serem “inúteis”, o social-democrata aborda a situação da Madeira para denunciar que há apenas 32 militantes que surgem esta quinta-feira no site do PSD como estando em condições de votar, apesar de a região ter mais de dez mil militantes activos.
A poucos dias do fecho dos cadernos eleitorais (neste domingo), António Leitão Amaro mostra-se preocupado por haver um número diminuto de eleitores em condições de votar no dia 11 de Janeiro para a liderança do PSD. De acordo com o site do partido, às 16h30 desta quinta-feira, havia 33.748 militantes com quotas pagas, num universo de 107.106 militantes activos.
Já os quatro distritos com mais quotas pagas eram Porto, com 6182 (18,32%); Lisboa, com 5051 (14,97%); Braga, com 4393 (13,02%); e Aveiro, com 3423 (10,14%).
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