PCP pressiona Governo a avançar com mais linhas de metro na próxima década
Recuperado esta quinta-feira pelos comunistas, plano prevê seis novas linhas, numa extensão de 49 quilómetros de rede, num total de mais 54 estações.
Na mesma semana em que o Governo apresentou o Orçamento do Estado para 2020, o PCP faz pressão e propõe um plano de desenvolvimento do Metro do Porto para a próxima década que prevê a construção de seis novas linhas, numa extensão de 49 quilómetros de rede, num total de mais 54 estações. Nas contas do PCP, o valor estimado para esta obra é de cerca de 1500 milhões, sensivelmente metade do montante investido em toda a primeira fase da rede de metro do Porto.
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Na mesma semana em que o Governo apresentou o Orçamento do Estado para 2020, o PCP faz pressão e propõe um plano de desenvolvimento do Metro do Porto para a próxima década que prevê a construção de seis novas linhas, numa extensão de 49 quilómetros de rede, num total de mais 54 estações. Nas contas do PCP, o valor estimado para esta obra é de cerca de 1500 milhões, sensivelmente metade do montante investido em toda a primeira fase da rede de metro do Porto.
A verba estimada para as linhas que o PCP propõe corresponde, no essencial, “ao valor que o Governo assumiu em 2008 investir no desenvolvimento da rede do metro. Não se trata de exigir nada de novo ou de extraordinário. Trata-se de reclamar do Estado português que honre compromissos que assumiu com esta região e as suas populações”, esclarece o PCP.
“A melhoria e alargamento da rede do Metro do Porto é vital opara o desenvolvimento da região, para a qualidade de vida e de trabalho da sua população e para a melhoria da mobilidade, com inegáveis vantagens económicas e ambientais”, afirmam os deputados do PCP num projecto de resolução que apresentaram esta quarta-feira na Assembleia da República e no qual recomendam ao Governo que “defina como prioritária para a resolução dos problemas de mobilidade da Área Metropolitana do Porto a criação de um audacioso plano de desenvolvimento do Metro do Porto na próxima década”.
O plano de desenvolvimento da rede do metropolitano foi apresentado esta quinta-feira, na estação do metro da Casa da Música, na Avenida de França, na Boavista, a metros do terreno para onde está projectado o El Corte Inglés e o término da futura linha Rosa, entre São Bento e a Avenida de França. O Metro do Porto já fez saber que não dará parecer favorável à proposta da cadeia espanhola para o terreno junto à rotunda da Boavista antes de acertar compensação pela “alteração significativa” que já fez ao projecto da futura linha.
A empresa tem duas linhas para construir nos próximos três anos, mas para além disso, comunistas querem que o Governo aprove um calendário para a concretização do plano e garanta o prolongamento do metro até à Trofa, a partir do Ismai (Maia), devolvendo o transporte a estas populações que há mais de 17 anos ficaram sem comboio, e garanta linha de Valbom, com ligação ao centro de Gondomar a partir de Campanhã, perspectivando uma ligação futura a Fânzeres que criaria uma rede circular com a linha Laranja na zona oriental do Grande Porto.
Para além destas ligações, o PCP recomenda ao Governo que garanta a linha do Campo Alegre, unindo as estações de São Bento e de Matosinhos Sul; a Linha das Devesas, Gaia com ligação a Vila D`Este, a partir da linha do Campo Alegre, com a perceptiva de ligação com a linha Amarela, criando uma ligação circular entre Gaia e o Porto e ainda a ligação a São Mamede de Infesta, a partir da actual estação Pólo Universitário. O objectivo é estabelecer no futuro uma ligação futura a Matosinhos Sul de forma criando uma ligação circular entre Matosinhos e o Porto. A ligação à Maia, a partir do Hospital de São João, também consta do plano de desenvolvimento que propõe neste caso que o Governo assuma no futuro a junção com a linha do Aeroporto na estação Verdes, criando uma ligação circular com a cidade da Maia”.
Passageiros na linha de Leixões
E porque se trata de um “plano ambicioso”, está também previsto o “restabelecimento do transporte de passageiros nos ramais ferroviários de Leixões, no cumprimento da Resolução da Assembleia da República n.º 87/2018, complementado com a criação de um interface intermodal (ferroviário ligeiro, ferroviário pesado, rodoviário pesado e rodoviário ligeiro) na zona Arroteia/Asprela/Hospital de S. João”.
Num documento distribuído aos jornalistas, o PCP recorda que o Governo ficou com a maioria do capital na empresa Metro do Porto, tendo assumido com a região o “compromisso” de prosseguir com investimentos em novas linhas. ”Chegou mesmo a lançar a segunda fase da rede, que deveria ter sido construída até 2018 com ligações à Trofa, Gondomar (Valbom), Laborim, Matosinhos e Porto (linha do Campo Alegre). Mas até hoje ficou tudo por cumprir”, acusa o partido, sublinhando que o que se “pretende é dar continuidade ao projecto do metro, recuperando compromissos de sucessivos governos, tendo presentes estudos realizados e expectativas criadas nas populações”.
O PCP exige que seja cumprido o compromisso do Governo e sejam construídas as novas linhas prometidas, assegurando uma efectiva programação dos investimentos na rede do Metro do Porto para a próxima década que responda às necessidades de mobilidade da população”. Os comunistas lançam um desafio aos restantes partidos para se pronunciarem sobre se consideram necessário definir como prioritária a resolução dos problemas de mobilidade na AMP e a criação deste audacioso plano de desenvolvimento do metro.