Defesa de Rui Pinto espera reduzir número de crimes na instrução
O advogado do criador do Football Leaks requereu a abertura de instrução com o objectivo de reduzir os 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão de que o seu constituinte está acusado.
O advogado de Rui Pinto espera que a juíza de instrução criminal Cláudia Pina reduza o número de crimes pelos quais o criador do Football Leaks está acusado pelo Ministério Público (MP). Teixeira da Mota disse esta quarta-feira, à entrada do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, antes do início da fase instrutória, que visa decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento, que requereu a abertura de instrução com o objectivo de reduzir os 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão de que o seu constituinte está acusado.
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O advogado de Rui Pinto espera que a juíza de instrução criminal Cláudia Pina reduza o número de crimes pelos quais o criador do Football Leaks está acusado pelo Ministério Público (MP). Teixeira da Mota disse esta quarta-feira, à entrada do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, antes do início da fase instrutória, que visa decidir se o processo segue e em que moldes para julgamento, que requereu a abertura de instrução com o objectivo de reduzir os 147 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão de que o seu constituinte está acusado.
O advogado referiu que Rui Pinto não pediu para falar nesta fase, mas que “falará quando tiver de falar”, acrescentando esperar que a juíza de instrução criminal faça o “enquadramento legal” dos factos que constam da acusação do MP. Para Teixeira da Mota, não está em causa o seu cliente não ir a julgamento, mas antes corrigir “aspectos legais”, como a duplicação de crimes.
O advogado disse ainda que Rui Pinto é “uma pessoa com força” e que já foi notificado da extracção de certidões para que a justiça portuguesa prossiga novas investigações sobre a actuação do seu constituinte.
Aníbal Pinto, advogado à data dos factos de Rui Pinto e o segundo arguido no processo, por envolvimento na alegada tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, afirmou aos jornalistas que espera provar “a verdade” e a sua “inocência”. “Toda a minha actividade foi na qualidade de advogado e tudo o que fiz foi curar dos interesses dos clientes, sempre dentro da legalidade”, sublinhou, à entrada do TIC de Lisboa.
A instrução foi requerida pela defesa dos dois arguidos no processo: Rui Pinto e o seu advogado, à data dos factos, Aníbal Pinto. Da parte da manhã está previsto o interrogatório a Aníbal Pinto, que, no requerimento de abertura de instrução, pediu para ser ouvido pela JIC Cláudia Pina.
O interrogatório será à porta fechada, mas o debate instrutório, no qual o Ministério Público e a defesa dos arguidos vão expor os fundamentos para levar ou não os arguidos a julgamento, e a leitura da decisão instrutória serão públicos.
A alegada tentativa de extorsão diz respeito à Doyen (de entre 500 mil e um milhão de euros): Rui Pinto é acusado de pedir dinheiro, em Outubro de 2015, com a intermediação do advogado, com a contrapartida de o criador do Football Leaks não revelar documentos confidenciais deste fundo de investimento. Esse encontro presencial aconteceu numa estação de serviço da auto-estrada A5, em Oeiras, entre Nélio Lucas, representante legal da Doyen Sports, e Aníbal Pinto, à data advogado de Rui Pinto.
A 19 de Setembro, o Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão, por aceder aos sistemas informáticos do Sporting, do fundo de investimento Doyen, da sociedade de advogados PLMJ, da Federação Portuguesa de Futebol e da Procuradoria-Geral da República, e posterior divulgação de dezenas de documentos confidenciais destas entidades. A sociedade de advogados PLMJ fez parte da defesa do Benfica no processo conhecido como E-Toupeira.