Câmara de Lisboa vai dar trabalho a duzentas pessoas sem-abrigo

Os postos de emprego serão em áreas como os espaços verdes, jardinagem, urbanismo e transportes. O plano prevê também um apoio a nível de saúde, estando prevista a implementação de um programa de saúde oral e serviço de clínica geral.

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paulo pimenta

A Câmara Municipal de Lisboa vai criar empregos para pessoas em situação de sem abrigo. A bolsa de emprego apoiado anunciada na terça-feira, criada em parceria com o Instituto de Segurança Social, contempla 200 vagas.

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A Câmara Municipal de Lisboa vai criar empregos para pessoas em situação de sem abrigo. A bolsa de emprego apoiado anunciada na terça-feira, criada em parceria com o Instituto de Segurança Social, contempla 200 vagas.

A medida integra o Plano Municipal de Lisboa para Pessoas em Situação de Sem Abrigo (2019/2023), apresentado na terça-feira de manhã nos Paços do Concelho, numa cerimónia em que participou a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. Este plano tem como destinatários os 361 sem-abrigo e as 1967 pessoas que não têm casa e vivem em alojamentos temporários, tendo como áreas de intervenção a habitação, a saúde e o emprego.

No âmbito do emprego, o presidente da Câmara Fernando Medina (PS) adiantou que a autarquia vai abrir 200 vagas nos departamentos da autarquia e das empresas municipais, em áreas como os espaços verdes, jardinagem, urbanismo e transportes. “Nós temos muitos casos de pessoas em sem-abrigo que terão muita dificuldade em ocupar um posto de trabalho normal. E pensamos que antes de pedir a uma empresa, onde é mais difícil a inserção num posto de trabalho normal, de cumprir um horário e desempenhar esse trabalho com competência, se deve começar por inserir num ambiente mais protegido”, explicou o autarca.

O plano prevê também um apoio a nível de saúde, estando prevista a implementação de um programa de saúde oral e serviço de clínica geral, com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, garantindo 1500 consultas gratuitas de medicina dentária.

Fernando Medina destacou igualmente o reforço das respostas habitacionais, nomeadamente daquelas que decorrem ao abrigo do programa Housing First, em que se atribui a um sem-abrigo uma habitação antes de iniciar todo o processo de acompanhamento e apoio na sua integração social. Às 80 vagas já existentes, o município de Lisboa pretende somar 320 até 2023.

Relativamente ao plano, o autarca reiterou que “pretende dar uma resposta adequada a cada uma das pessoas que se encontram numa situação social precária”. “Cada pessoa que está numa situação de sem-abrigo é um caso concreto. Não há dois casos iguais, não há duas histórias iguais e dois percursos de vida iguais. E, por isso, o futuro deve ser construído com cada um, criando uma relação de confiança com cada um”, sublinhou.

O investimento da autarquia para a execução deste plano é de perto de 15 milhões de euros.