Curta portuguesa passa à próxima fase das nomeações para os Óscares
Academia revelou as shortlists para nove categorias e conta com Tio Tomás – A Contabilidade dos Dias, de Regina Pessoa. Parasitas e Almodóvar na corrida que já não inclui A Herdade, de Tiago Guedes.
A temporada de prémios já começou, com a rota afinada para os Óscares, que em 2020 chegarão mais cedo e que já começaram a levantar o véu sobre as suas escolhas. Na noite de segunda-feira, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou a sua shortlist em várias áreas e Portugal continua na corrida nas curtas de animação com Tio Tomás – A Contabilidade dos Dias, de Regina Pessoa, mas A Herdade, de Tiago Guedes, já não concorre para Melhor Filme Estrangeiro numa lista que inclui Parasitas e o novo de Pedro Almodóvar. Nos documentários, os Obama e Alexandria Ocasio-Cortez representam a forte presença da Netflix na lista.
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A temporada de prémios já começou, com a rota afinada para os Óscares, que em 2020 chegarão mais cedo e que já começaram a levantar o véu sobre as suas escolhas. Na noite de segunda-feira, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou a sua shortlist em várias áreas e Portugal continua na corrida nas curtas de animação com Tio Tomás – A Contabilidade dos Dias, de Regina Pessoa, mas A Herdade, de Tiago Guedes, já não concorre para Melhor Filme Estrangeiro numa lista que inclui Parasitas e o novo de Pedro Almodóvar. Nos documentários, os Obama e Alexandria Ocasio-Cortez representam a forte presença da Netflix na lista.
Tio Tomás – A Contabilidade dos Dias é o único dos quatro filmes portugueses candidatos a nomeações para os Óscares a ter passado a primeira fase de votações dos membros da Academia de Hollywood. A fase em que os votantes são apenas os membros da Academia dos respectivos ramos, ou seja votos na especialidade, deixou para trás A Herdade, de Tiago Guedes, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, e as outras duas curtas de animação portuguesas a concurso, Agouro, de Vasco Sá e David Doutel, e Don’t Feed These Animals, de Guilherme Afonso e Miguel Madaíl de Freitas.
Regina Pessoa, ela própria membro da Academia, integra então a shortlist de Melhor Curta de Animação ao lado de Dcera, Hair Love, He Can't Live Without Cosmos, Hors Piste, Kitbull, Memorable, Mind My Mind, The Physics of Sorrow e Sister.
Na lista de onde sairão as nomeações para Melhor Filme Estrangeiro estão Parasitas, de Bong Joon-ho (Coreia do Sul), Dor e Glória de Pedro Almodóvar, Os Miseráveis de Ladj Ly (França), The Painted Bird, de Václav Marhoul (República Checa), Truth and Justice de Tanel Toom (Estónia), Akik maradtak - Those Who Remained, de Barnabás Tóth (Hungria), Honeyland, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov (Macedónia), Boze Cialo - Corpus Christi, de Jan Komasa (Polónia), Dylda - Beanpole, de Kantemir Balagov (Rússia) e Atlantique de Mati Diop (Senegal).
Caminhada para os Óscares
Já em 2018 a Academia tinha revelado as suas shortlists neste modelo, agrupando-as e entrando um pouco mais cedo na conversa da época de balanços e prémios — os Globos de Ouro e o Sindicato dos Actores já divulgaram as suas nomeações, várias associações de críticos já premiaram os filmes preferidos e tudo é lido como parte da caminhada para os Óscares. Que este ano é mais curta, visto que as nomeações da Academia são conhecidas a 13 de Janeiro e a cerimónia de prémios é logo a 9 de Fevereiro — em 2018 foram a 25 de Fevereiro, por exemplo.
O macedónio Honeyland repete a presença numa shortlist, desta feita no documentário. Os outros candidatos a nomeação nessa categoria são The Cave, da National Geographic e sobre a guerra na Síria, The Apollo, uma produção da HBO sobre a mítica sala de concertos no Harlem nova-iorquino, Apollo 11, com Neil Armstrong e sobre a alunagem, Aquarela: A Força da Natureza, sobre a água, juntam-se a Advocate, The Biggest Little Farm, For Sama, Maiden, Midnight Family numa shortlist que volta a ter uma forte componente de produção de streaming.
One Child Nation, sobre a política de filhos únicos na China, está na lista e é uma produção da Amazon. Demoracia em Vertigem, um documentário Netflix sobre Dilma Roussef e Lula da Silva por Petra Costa que em Maio passou no IndieLisboa, junta-se a Knock Down the House e American Factory, entradas Netflix significativas em 2020 — não só pelo facto de o primeiro ser sobre a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez e de o segundo ser a primeira produção do casal Obama para a Netflix num ano de eleições presidenciais nos EUA, mas também porque o primeiro Óscar do serviço de streaming foi precisamente na categoria de documentário. Em 2017, a curta Os Capacetes Brancos deu à Netflix o seu primeiro Óscar e em 2018 o Óscar de longa documental foi para a plataforma que tanto procura a validação da indústria e do sistema de estúdios com Ícaro.
Além destas categorias, a Academia revelou ainda as canções que estão mais perto da nomeação em Janeiro – Speechless de Aladdin, Letter to my godfather, de The Black Godfather, I'm standing with you de Breakthrough, Da Bronx de The Bronx USA, Into the unknown de Frozen 2, Stand Up de Harriet, catchy song do Lego Movie 2, Never too late e Spirit de O Rei Leão, Daily battles de Motherless Brooklyn, A glass of soju de Parasitas, (I'm gonna) love me again de Rocketman, Above the water de Toni Morrison: The Pieces I Am, I Can't Let You Throw Yourself Away de Toy Story 4 e Glasgow de Wild Rose.
As restantes listas, para categorias como efeitos visuais, caracterização ou curtas documentais ou de acção real podem ser consultadas aqui.