Conceição Amaral é a nova presidente do Opart
Nova responsável do organismo que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado era directora do Museu de Artes Decorativas Portuguesas e presidiu à Fundação Ricardo Espírito Santo Silva.
Conceição Amaral vai ser, a partir de Janeiro, a nova presidente do Opart, o organismo que gere o Teatro Nacional São Carlos (TNSC), a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) e a Companhia Nacional de Bailado (CNB), sucedendo no cargo a André Moz Caldas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Conceição Amaral vai ser, a partir de Janeiro, a nova presidente do Opart, o organismo que gere o Teatro Nacional São Carlos (TNSC), a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) e a Companhia Nacional de Bailado (CNB), sucedendo no cargo a André Moz Caldas.
A nomeação da até agora directora do Museu de Artes Decorativas Portuguesas e administradora executiva da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva (FRESS) foi esta segunda-feira confirmada ao PÚBLICO pelo gabinete do Ministério da Cultura, para “completar o mandato em curso (2019-2021)”. O ministério justifica ainda a escolha para o cargo com a “experiência e competência profissionais” da nomeada.
O Opart manterá, nos restantes cargos da administração, os vogais Anne Victorino d’Almeida, professora de música e directora-adjunta do Conservatório Nacional, e o economista Alexandre Miguel Santos.
Maria da Conceição Amaral, de 53 anos, é historiadora de arte formada na Universidade de Coimbra, com uma pós-graduação em Gestão Cultural nas Cidades no INDEG/ISCTE, em Lisboa.
Actualmente, e desde 2007, dirige o Museu de Artes Decorativas Portuguesas, instituição ligada à FRESS e à escola e oficinas de conservação e restauro, onde, nos últimos anos, teve de lidar com os problemas decorrentes do colapso do Grupo Espírito Santo, principal mecenas da fundação.
A historiadora de arte chegou mesmo a presidir à FRESS entre Janeiro de 2015 e Maio de 2016, tendo-se mantido, após esta última data, como administradora executiva “com os pelouros financeiro, dos recursos humanos, conservação e restauro, produção e formação e, até Maio de 2018, comercial e da comunicação”, diz o currículo divulgado pelo MC.
Em acumulação com a direcção do Museu de Artes Decorativas Portuguesas, Conceição Amaral dirigiu ainda o Instituto de Artes e Ofícios da FRESS, actual Fressforma – Centro de Formação Profissional. Também entre 2015 e a actualidade, foi gerente da Manufactum – FRESS Portugal, agência de promoção de manufactura daquela fundação.
Da biografia profissional de Conceição Amaral consta também a sua colaboração com a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1993-2002), a direcção do Museu de Arqueologia de Silves (2003-2006) e a coordenação da Rede Portuguesa da Fundação Euro-Mediterrânica Anna Lindh para o Diálogo entre as Culturas.
Sucessora de André Caldas
Conceição Amaral sai de uma instituição dedicada ao património para substituir o advogado, professor universitário e melómano André Moz Caldas, o presidente que em Julho chegou ao Opart deixando para trás a chefia do gabinete do ministro das Finanças, Mário Centeno, e que, menos de quatro meses depois, viria a trocar o organismo pela Secretaria de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
André Caldas, militante do Partido Socialista, assumira o cargo num clima de confronto laboral que levara já ao cancelamento de vários espectáculos e que se agudizava dada a aparente quebra de confiança entre o ministério de Graça Fonseca e o conselho de administração, então presidido por Carlos Vargas. Uma situação de instabilidade que se vinha arrastando desde antes do último “Verão Quente”, com greves e a nomeação de sucessivos directores artísticos – sendo a actual responsável a soprano Elisabete Matos, que no início de Setembro veio ocupar a cadeira deixada vazia pelo britânico Patrick Dickie.
Entretanto, o antigo chefe de gabinete restabeleceu o diálogo com a tutela e com os funcionários e, tirando partido de algum do trabalho realizado pela anterior administração, começou a pôr ordem na casa, disse em Setembro numa entrevista ao PÚBLICO, procurando estratégias para garantir a harmonização salarial entre os técnicos do São Carlos e da CNB e começando a delinear um regulamento interno da instituição.
Resta saber em que estado a encontrará agora Conceição Amaral, que assume funções quando a proposta de Orçamento do Estado acaba de ser apresentada e, à hora do fecho desta notícia, não era ainda conhecido o montante destinado ao Opart.
Com Lucinda Canelas
Notícia corrigida: Entre os espectáculos cancelados este ano na programação do Opart não houve nenhum do Festival ao Largo. A negociação entre André Caldas e os trabalhadores levantou a greve ao festival que tinha já sido anunciada.