Reunião do MAI com polícias sem fumo branco

A 21 de Novembro, o Movimento Zero quis tomar a cabeça da manifestação, perante a oposição dos sindicatos policiais e das associações dos guardas.

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André Ventura é recebido pelos manifestantes junto à Assembleia da República Rui Gaudencio

A primeira reunião do Ministério da Administração Interna (MAI) com as associações sindicais e sócio profissionais da PSP e da GNR nesta quinta-feira concluiu sem fumo branco. Na origem do desacordo está a forma de pagamento dos retroactivos dos suplementos de férias, em falta desde 2011, apresentada aos representantes das forças de segurança pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Antero Luís.

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A primeira reunião do Ministério da Administração Interna (MAI) com as associações sindicais e sócio profissionais da PSP e da GNR nesta quinta-feira concluiu sem fumo branco. Na origem do desacordo está a forma de pagamento dos retroactivos dos suplementos de férias, em falta desde 2011, apresentada aos representantes das forças de segurança pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, Antero Luís.

De acordo com o Governo, o pagamento será efectuado de forma faseada, entre 2020 e 2023, ou seja, durante a legislatura, em tranches de 25% cada ano e no montante de 80 milhões de euros.

Recorda-se que, como o PÚBLICO noticiou, este valor esteve no cerne de uma disputa entre o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o titular das Finanças, Mário Centeno, durante a elaboração do Orçamento de Estado de 2020.

Contudo, esta medida não recebeu o apoio das dez organizações sindicais e associativas dos agentes da PSP e dos guardas da GNR, que consideraram não ter havido uma negociação séria por parte do Governo.

Em comunicado, a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) anunciou para 9 de Janeiro um plenário com a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia  (ASPP/PSP) para decidir quais as formas de protesto a organizar. Desde já, sindicatos e associações não desconvocam a manifestação já convocada para 21 de Janeiro, junto à Assembleia da República.

Recorda-se que no protesto de 21 de Novembro, convocado pela ASPP/PSP e a APG/GNR, a que aderiram diversos sindicatos policiais e associação da Guarda, foi patente a implantação do Movimento Zero, uma organização sem rostos e responsáveis, que comunica nas redes sociais, e foi saudada como o novo sindicalismo pelo deputado único do Chega, André Ventura.

Este parlamentar viria a ser orador/convidado no palco da camioneta da manifestação tendo sido vitoriado por boa parte dos manifestantes, o que provocou incómodo junto dos organizadores do protesto.

Aliás, o PÚBLICO sabe que, a 21 de Novembro, no Marquês do Pombal, ponto de início do desfile, elementos vestidos com t-shirts do Movimento Zero tentaram abrir a manifestação com as suas tarjas perante a oposição dos convocantes.

O anunciado plenário dos profissionais da GNR e dos agentes da PSP de 9 de Janeiro ocorre no mesmo dia em que no MAI é aberta a negociação para o segundo dos cinco dossiês em abertos com aquelas forças de segurança. Naquele dia estará em apreço o plano plurianual de admissões para as forças de segurança, que já foi anunciado pelo ministro Eduardo Cabrita como novidade.

Uma semana depois, a 16, e ainda antes da manifestação de 21 de Janeiro, há nova ronda negocial sobre suplementos remuneratórios.

Já a 13 de Fevereiro estar é em debate a nova lei de programação das infra-estruturas e equipamentos. E, finalmente a 6 de Março, é o turno da segurança e saúde no trabalho.