Step Right Up, o concerto para piano que baptiza o álbum com três peças de Vasco Mendonça acabado de lançar pela Naxos, começou por uma imagem que sempre intrigou o compositor: a do piano como corpo estranho, gigante, plantado no meio do palco, diante da orquestra. A imagem de um instrumento de enormes proporções tentando, mais ou menos timidamente, integrar-se numa sonoridade a que não pertence e para a qual é apenas convidado; um solista a tentar relacionar-se com toda aquela massa de som comunal que o rodeia, um músico que chega e partirá sozinho, a tentar alcançar o equilíbrio entre reclamar o brilho das circunstâncias e diluir-se no todo. “Foi sobretudo essa situação dramática, no sentido teatral”, que primeiro guiou a mão de Vasco Mendonça, explica o compositor, para a escrita das primeiras notas do concerto encomendado pelo programa SP-LX (partilhado pela Orquestra Gulbenkian e pela Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, com apresentações dos dois lados do Atlântico).
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Step Right Up, o concerto para piano que baptiza o álbum com três peças de Vasco Mendonça acabado de lançar pela Naxos, começou por uma imagem que sempre intrigou o compositor: a do piano como corpo estranho, gigante, plantado no meio do palco, diante da orquestra. A imagem de um instrumento de enormes proporções tentando, mais ou menos timidamente, integrar-se numa sonoridade a que não pertence e para a qual é apenas convidado; um solista a tentar relacionar-se com toda aquela massa de som comunal que o rodeia, um músico que chega e partirá sozinho, a tentar alcançar o equilíbrio entre reclamar o brilho das circunstâncias e diluir-se no todo. “Foi sobretudo essa situação dramática, no sentido teatral”, que primeiro guiou a mão de Vasco Mendonça, explica o compositor, para a escrita das primeiras notas do concerto encomendado pelo programa SP-LX (partilhado pela Orquestra Gulbenkian e pela Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, com apresentações dos dois lados do Atlântico).