Maioria forte dos tories ou “hung parliament”, prevêem últimas sondagens
A tendência da campanha tem mostrado a distância entre os Conservadores e os Trabalhistas a diminuir.
A poucas horas de os britânicos começarem a votar nas eleições legislativas que vão ser determinantes para o futuro do processo de saída da União Europeia, as sondagens parecem confirmar a vitória do Partido Conservador, mas deixam em aberto a possibilidade de não haver uma maioria estável.
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A poucas horas de os britânicos começarem a votar nas eleições legislativas que vão ser determinantes para o futuro do processo de saída da União Europeia, as sondagens parecem confirmar a vitória do Partido Conservador, mas deixam em aberto a possibilidade de não haver uma maioria estável.
A sondagem publicada pelo instituto YouGov na terça-feira atribui aos conservadores cerca de 43% das intenções de voto (equivalente a 339 deputados), mais nove pontos percentuais que o Partido Trabalhista (231). Os Liberais Democratas aparecem em terceiro lugar, com 12% (15).
Caso se confirmem esta quinta-feira, este seria o melhor resultado do Partido Conservador desde a vitória de Margaret Thatcher em 1983.
O estudo do YouGov usa uma técnica de modelação conhecida como MRP que combina sondagens junto de um painel fixo com estudos de comportamento eleitoral para cada um dos círculos eleitorais, tendo em conta as características demográficas de grupos de eleitores. O objectivo é obter “estimativas sobre a intenção de voto em cada círculo como se tivesse sido possível fazer sondagens muito abrangentes em cada um”, explica o centro de estudos britânico.
Há duas semanas, a sondagem construída a partir deste método mostrava o Partido Conservador com uma vantagem mais sólida sobre o Labour, com quase mais setenta deputados – agora são 28 que separam os dois partidos.
Neste cenário, os conservadores passam a estar “perigosamente” perto de ficar aquém da maioria absoluta. A margem de erro prevê que sejam eleitos 311 deputados tories no patamar mais baixo, o que implica um “hung parliament”, ou seja, a ausência de uma maioria estável na Câmara dos Comuns.
“Não podemos descartar em absoluto que as eleições de 2019 produzam um ‘hung parliament’ nem podemos descartar uma maioria conservadora alargada”, afirmou o director de pesquisa política do YouGov, Anthony Wells.
Para travar uma maioria conservadora, os trabalhistas esperam vencer círculos londrinos que habitualmente votam à direita e manter os seus bastiões no Norte de Inglaterra e nas Midlands – precisamente as regiões onde os tories esperam capitalizar com o sentimento “brexiteer” dominante.