Não terão sido poucos os que, em 2017, ao visitarem a exposição de Almada na Gulbenkian, se surpreenderam com os “fotogramas” de O Naufráfio da Ínsua, 64 desenhos que, possuindo uma assumida ambição “fílmica”, desde logo remetiam para a mal conhecida ligação dos modernistas portugueses com o cinema. E se este tem o seu axial eixo num olhar enformador de uma particular visão do mundo, não deixa de se mostrar particularmente perspicaz, desde logo, a escolha de um grande plano do olhar de Almada para capa. Leia-se “grande plano” à letra, porquanto tal imagem corresponde ao blow-up da fotografia de cena do único filme (O Condenado, 1921) que Almada protagonizou enquanto actor.
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Não terão sido poucos os que, em 2017, ao visitarem a exposição de Almada na Gulbenkian, se surpreenderam com os “fotogramas” de O Naufráfio da Ínsua, 64 desenhos que, possuindo uma assumida ambição “fílmica”, desde logo remetiam para a mal conhecida ligação dos modernistas portugueses com o cinema. E se este tem o seu axial eixo num olhar enformador de uma particular visão do mundo, não deixa de se mostrar particularmente perspicaz, desde logo, a escolha de um grande plano do olhar de Almada para capa. Leia-se “grande plano” à letra, porquanto tal imagem corresponde ao blow-up da fotografia de cena do único filme (O Condenado, 1921) que Almada protagonizou enquanto actor.