Em 1995, Raquel Castro frequentava o 9.º ano, no privado Colégio Salesiano de Lisboa. Talvez a conhecessem por Ana Silva, os seus primeiro e último nomes, que deixou cair em favor dos outros, os do meio, que sentia garantirem-lhe uma verdadeira identidade. Era uma rapariga de 14/15 anos de sorriso aberto e muito magra. Os colegas, de uma turma de 32 alunos (24 rapazes e oito raparigas), chamavam-lhe “cabide”, “tábua de engomar”, “esqueleto”. Nos intervalos, talvez para contrariar este foco constante no seu corpo, passou por vários períodos em que comprava sempre os mesmos bolos — passou pela fase bola de berlim, pela fase palmier coberto, pela fase pastel de nata.
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Em 1995, Raquel Castro frequentava o 9.º ano, no privado Colégio Salesiano de Lisboa. Talvez a conhecessem por Ana Silva, os seus primeiro e último nomes, que deixou cair em favor dos outros, os do meio, que sentia garantirem-lhe uma verdadeira identidade. Era uma rapariga de 14/15 anos de sorriso aberto e muito magra. Os colegas, de uma turma de 32 alunos (24 rapazes e oito raparigas), chamavam-lhe “cabide”, “tábua de engomar”, “esqueleto”. Nos intervalos, talvez para contrariar este foco constante no seu corpo, passou por vários períodos em que comprava sempre os mesmos bolos — passou pela fase bola de berlim, pela fase palmier coberto, pela fase pastel de nata.