O peso da condição humana

Uma casa virada ao contrário, uma performance e a poesia de Cesariny no projecto mais recente de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira.

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bruno lopes

À primeira vista, esta é uma obra que incide sobre questões ligadas à identidade gay, como sucede sistematicamente no trabalho da dupla de artistas plásticos João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira: uma peça de grandes dimensões, servida por uma iluminação teatral e dramática, de estrutura vagamente semelhante a um pavilhão, um quiosque ou um pavilhão. O espectador é convidado a subir uma escada, graças à qual penetra num espaço aquecido, dividido em dois pisos. No superior, encontra a réplica de um espaço público indiferenciado, talvez um bar ou uma taberna; no inferior, tanque repleto de água no qual um performer se move lentamente, simulando o ambiente de uma sauna pública. Todas as superfícies estão repletas de graffitti, com versos retirados de poemas de Mário Cesariny de Vasconcelos. Algures, uma grade simula o formato de uma cela de prisão. Noutro lugar, reproduções de fotografias de rapazes. O ambiente é pesado, e não apenas pelo excesso de imagens, de informação, de referências. Sufoca-se. Percebe-se rapidamente que esse ambiente foi procurado, e que mesmo os adjectivos que nos vêm à mente — peso, excesso, sórdido — fazem parte do leque que os autores quiseram convocar.

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À primeira vista, esta é uma obra que incide sobre questões ligadas à identidade gay, como sucede sistematicamente no trabalho da dupla de artistas plásticos João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira: uma peça de grandes dimensões, servida por uma iluminação teatral e dramática, de estrutura vagamente semelhante a um pavilhão, um quiosque ou um pavilhão. O espectador é convidado a subir uma escada, graças à qual penetra num espaço aquecido, dividido em dois pisos. No superior, encontra a réplica de um espaço público indiferenciado, talvez um bar ou uma taberna; no inferior, tanque repleto de água no qual um performer se move lentamente, simulando o ambiente de uma sauna pública. Todas as superfícies estão repletas de graffitti, com versos retirados de poemas de Mário Cesariny de Vasconcelos. Algures, uma grade simula o formato de uma cela de prisão. Noutro lugar, reproduções de fotografias de rapazes. O ambiente é pesado, e não apenas pelo excesso de imagens, de informação, de referências. Sufoca-se. Percebe-se rapidamente que esse ambiente foi procurado, e que mesmo os adjectivos que nos vêm à mente — peso, excesso, sórdido — fazem parte do leque que os autores quiseram convocar.