Djaimilia Pereira de Almeida é a vencedora do prémio Oceanos com Luanda, Lisboa, Paraíso

Três mulheres no pódio do Oceanos - Prémio de Literatura em Língua Portuguesa.

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rui gaudencio

Djaimilia Pereira de Almeida com Luanda, Lisboa, Paraíso (editora Companhia das Letras Portugal e Brasil) é a grande vencedora do Oceanos — Prémio de Literatura em Língua Portuguesa, organizado pelo Itaú Cultural, no Brasil. O anúncio foi feito numa cerimónia em São Paulo, transmitida ao vivo no site desta instituição brasileira. O romance conta a história de Cartola de Sousa, parteiro num hospital em Luanda, e Aquiles, seu filho, nascido com um calcanhar defeituoso. Ambos viajam para Lisboa, nos anos 1980, para que o rapaz possa ser submetido a tratamentos médicos. “O título do livro traça precisamente o percurso feito por pai e filho, nessa viagem que começa cheia de sonhos e esperança - de uma Lisboa idílica que os receberia como portugueses, mas que acaba por ser uma epopeia sem regresso e sem lugar para a ilusão”, lê-se na sinopse da editora.

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Djaimilia Pereira de Almeida com Luanda, Lisboa, Paraíso (editora Companhia das Letras Portugal e Brasil) é a grande vencedora do Oceanos — Prémio de Literatura em Língua Portuguesa, organizado pelo Itaú Cultural, no Brasil. O anúncio foi feito numa cerimónia em São Paulo, transmitida ao vivo no site desta instituição brasileira. O romance conta a história de Cartola de Sousa, parteiro num hospital em Luanda, e Aquiles, seu filho, nascido com um calcanhar defeituoso. Ambos viajam para Lisboa, nos anos 1980, para que o rapaz possa ser submetido a tratamentos médicos. “O título do livro traça precisamente o percurso feito por pai e filho, nessa viagem que começa cheia de sonhos e esperança - de uma Lisboa idílica que os receberia como portugueses, mas que acaba por ser uma epopeia sem regresso e sem lugar para a ilusão”, lê-se na sinopse da editora.

A escritora portuguesa nascida em Angola, que não estava presente na cerimónia porque a reunião do júri só se realizou ontem, enviou uma mensagem de agradecimento em vídeo. Considerou importante ver o seu livro reconhecido ao pé de um conjunto de livros e de escritores que admira — eram dez os finalistas do prémio — e ficou particularmente feliz por a sua obra ter sido distinguida ao lado de obras de outras duas mulheres. Agradeceu ao marido que desde o início acreditou neste livro. “Este livro confunde-se com a nossa vida enquanto o escrevi, por isso obrigada”, disse. Agradeceu também à sua editora portuguesa, Clara Capitão, e à equipa que com ela trabalhou na produção do livro. 

Em segundo lugar ficou Dulce Maria Cardoso com o romance Eliete (Tinta da China Portugal) e em terceiro, Sorte, de Nara Vidal ( ed. Moinhos).

Compuseram o júri final do prémio Oceanos dois portugueses – o poeta Daniel Jonas e o crítico literário Manuel Frias Martins – e três brasileiras – as escritoras Maria Esther Maciel e Veronica Stigger e a crítica literária Eliane Robert Moraes. E são curadores do prémio a gestora cultural Selma Caetano e o jornalista Manuel da Costa Pinto, ambos do Brasil, bem como a linguista cabo-verdiana Adelaide Monteiro, e a jornalista portuguesa Isabel Lucas (colaboradora e crítica literária do PÚBLICO). 

O prémio Oceanos teve a participação de 1.467 concorrentes com obras lançadas por 314 editoras de 10 países. Eram finalistas os brasileiros Gustavo Pacheco, autor do livro de contos Alguns Humanos, e os romancistas Cristovão Tezza com A Tirania do Amor, Mauricio Lyrio com O Imortal, Nei Lopes com O Preto que Falava Iídiche. O escritor angolano Pepetela com o romance Sua Excelência, de Corpo Presente. E os portugueses João Tordo com Ensina-me a Voar Sobre os Telhados José Gardeazabal, autor de Meio Homem Metade Baleia.

O vencedor do prémio recebe 120 mil reais (27 mil euros), o segundo classificado 80 mil reais (18 mil euros) e o terceiro 50 mil reais (11 mil euros).