Muda o Clima. Muda Tudo — até as icónicas pinturas do Museu do Prado

O pretexto: a Cimeira do Clima. A campanha: mostrar como o planeta ficaria se a temperatura aumentasse 1,5 graus Celsius. O Museu do Prado e a WWF Espanha alteraram, com recurso a montagens, quatro pinturas clássicas, para “enviar uma mensagem de acção a todo o mundo”.

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A Travessia do Estige, de Joachim Patinir

O Museu do Prado e a World Wildlife Fund (WWF) Espanha aproveitaram a alavanca da Cimeira do Clima (COP25) da ONU, que começou esta segunda-feira, 2 de Dezembro, em Madrid, para alertar para as consequências das alterações climáticas. Como? Alteraram, com recurso a montagens fotográficas, quatro das mais icónicas obras da colecção permanente da instituição para mostrar como seria o planeta se a temperatura aumentasse mais de 1,5 graus Celsius — o “ponto sem retorno” estabelecido por especialistas. 

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O Museu do Prado e a World Wildlife Fund (WWF) Espanha aproveitaram a alavanca da Cimeira do Clima (COP25) da ONU, que começou esta segunda-feira, 2 de Dezembro, em Madrid, para alertar para as consequências das alterações climáticas. Como? Alteraram, com recurso a montagens fotográficas, quatro das mais icónicas obras da colecção permanente da instituição para mostrar como seria o planeta se a temperatura aumentasse mais de 1,5 graus Celsius — o “ponto sem retorno” estabelecido por especialistas. 

Muda o Clima. Muda Tudo é o nome da campanha que mostra um Felipe IV a Cavalo, de Diego Velásquez, quase submerso; Os Meninos na Praia, de Joaquín Sorolla, a banharem-se num mar negro, rodeados de peixes mortos; O Guarda-Sol, de Goya, a proteger aquela que agora é uma refugiada climática; ou a A Travessia do Estige, de Patinir, praticamente sem água para ser atravessada.

São, portanto, os danos da crise climática. A obra de Velásquez foi seleccionada para consciencializar para o aumento do nível do mar: “Com um aumento da temperatura global em mais de 1,5 ºC, o nível do mar poderá subir mais de um metro, o que fará desaparecer países inteiros debaixo de água, desalojando milhares de pessoas”, explica a WWF e o Museu do Prado, citados no site da organização não-governamental

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Felipe IV a Cavalo, de Velázquez

A pintura de Joaquín Sorolla quer alertar para o perigo de extinção das espécies como consequência das alterações climáticas: “Com o aumento da temperatura, a acidez do mar poderá subir, afectando grandes populações de peixes e até 90% dos recifes de corais podem desaparecer.”

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Os Meninos na Praia, de Joaquín Sorolla

O Guarda-Sol, de Goya, retrata o drama dos refugiados climáticos. Citado no site da WWF, Javier Solana, presidente do Museu do Prado, refere que para a instituição “este projecto representa uma oportunidade de continuar a colocar a arte e os seus valores ao serviço da sociedade”. “O valor simbólico das grandes obras e a modificação impactante que apresentamos com a WWF é uma excelente forma de transmitir a todos, e sobretudo aos mais jovens, que estamos nesta luta contra o aumento de temperatura”, continua. 

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O Guarda-Sol, de Goya

Já a obra de Joachim Patinir, A Travessia do Estige, mostra o desaparecimento dos rios e dos cultivos, fruto da seca extrema. 

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A Travessia do Estige, de Joachim Patinir

Para Juan Carlos del Olmo, secretário-geral da WWF em Espanha, a realização deste projecto no âmbito da COP 25 representa uma “oportunidade para enviar uma mensagem de acção a todo o mundo, através da linguagem universal que a arte é”. A Cimeira do Clima vai juntar, até 13 de Dezembro, milhares de decisores políticos, técnicos e activistas para discutir a crise climática. Greta Thunberg também vai marcar presença: a activista sueca chegou esta terça-feira, 3 de Dezembro, a Lisboa, onde deverá ficar dois dias, partindo depois para Madrid.