Netanyahu visita Lisboa para se encontrar com Pompeo e vai ser recebido por Costa
Primeiro-ministro israelita encontra-se com o seu homólogo português, em viagem decidida pela presença do responsável americano.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, chega esta quarta-feira a Lisboa para aproveitar a passagem do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, para uma reunião na capital portuguesa. Netanyahu vai ainda ser recebido pelo primeiro-ministro português, António Costa.
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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, chega esta quarta-feira a Lisboa para aproveitar a passagem do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, para uma reunião na capital portuguesa. Netanyahu vai ainda ser recebido pelo primeiro-ministro português, António Costa.
Netanyahu irá sair de Israel na quarta-feira e voltar na quinta, enquanto Pompeo aterra em Lisboa vindo de Marrocos. Tanto Pompeo como Netanyahu têm marcadas reuniões com o primeiro-ministro, António Costa (este encontro relaiza-se quinta-feira), e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Esta é a primeira visita de um primeiro-ministro israelita desde que Yitzhak Rabin esteve em Lisboa em 1994.
A escolha de visitar Lisboa acontece depois de Netanyahu ter desistido de uma ida a Londres para se encontrar com Pompeo à margem da cimeira da NATO, que decorreu ontem – os britânicos argumentaram que o pedido foi feito demasiado em cima da hora e numa altura em que já havia muitos chefes de Estado na cidade, segundo o diário Haaretz.
Também teria havido uma tentativa de Netanyahu se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, na capital britânica, mas sem resultados, acrescenta o diário israelita.
Durante o encontro em Lisboa, Netanyahu e Pompeo deverão falar sobre o Irão, a promessa de anexação do Vale do Jordão, e um pacto de defesa entre os EUA e Israel, temas que Netanyahu já abordou com o próprio Donald Trump por telefone no domingo, diz o Jerusalem Post.
Netanyahu está numa situação inédita em Israel: é o primeiro chefe de Governo em exercício acusado formalmente por corrupção, e lidera ainda um governo cessante, mas que não é substituído porque duas eleições legislativas, uma em Abril e outra em Setembro, acabaram com empates entre os dois principais partidos, o seu Likud e o Azul e Branco de Benny Gantz, e os seus blocos de apoio.
O país prepara-se para uma terceira eleição se o Parlamento não aprovar com 61 deputados em 120 um candidato a primeiro-ministro até à próxima quarta-feira, o que parece cada vez mais improvável.
Netanyahu encontrou-se entretanto esta terça-feira com Benny Gantz, numa tentativa de ainda conseguir um governo de unidade para evitar esta terceira eleição. Gantz, que entrou na política apenas no final de 2018, sempre disse que não participaria num governo com Netanyahu enquanto este tivesse sobre si a ameaça de uma acusação por corrupção.
Gantz tem insistido que no caso de um governo com rotação do primeiro-ministro - o precedente que existe para um governo de unidade é esse modelo, protagonizado em 1984 por Yitzhak Shamir (Likud) e Shimon Peres (Labour) -, seja ele o primeiro a assumir o cargo, tanto por ter tido mais votos como porque assim Netanyahu poderia lidar com o seu processo judicial.