Liga italiana reconhece: “Fizemos pouco para erradicar o racismo”

Director executivo da Serie A quer intensificar o combate às manifestações xenófobas e banir os adeptos prevaricadores.

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Mario Balotelli foi uma das vítimas de manifestações racistas nesta época LUSA/FILIPPO VENEZIA

A Liga italiana pretende identificar os autores de cânticos racistas nos estádios de futebol, prometendo bani-los do calcio. “Vamos estádio a estádio, sector a sector, identificar essas pessoas e pô-las longe dos recintos de futebol. Até ao momento, fizemos muito pouco para erradicar o racismo do futebol, mas chegou a altura de enfrentar o problema. Precisamos de tempo para o resolver, mas há que dar início a esse combate”, disse o director executivo da Serie A, Luigi De Siervo.

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A Liga italiana pretende identificar os autores de cânticos racistas nos estádios de futebol, prometendo bani-los do calcio. “Vamos estádio a estádio, sector a sector, identificar essas pessoas e pô-las longe dos recintos de futebol. Até ao momento, fizemos muito pouco para erradicar o racismo do futebol, mas chegou a altura de enfrentar o problema. Precisamos de tempo para o resolver, mas há que dar início a esse combate”, disse o director executivo da Serie A, Luigi De Siervo.

Esta época tem sido marcada por constantes episódios de cânticos racistas e comportamento discriminatórios nos estádios, pelo que De Siervo garante que o organismo está a “trabalhar em dezenas de iniciativas” para combater o fenómeno.

Recentemente, jogadores que actuam na Serie A, como Romelu Lukaku, Franck Kessie, Dalbert Henrique, Miralem Pjanic, Ronaldo Vieira, Kalidou Koulibaly ou Mario Balotelli, têm sido visados com cânticos racistas, sendo que, desde lote, apenas Pjanic, que é bósnio, não é negro.

“Estamos a trabalhar. O objectivo é apanhá-los um a um e bani-los dos estádios, para garantir que 10, 20 ou 30 pessoas não arruínem a imagem de uma cidade e de um país”, explicou o director executivo da Liga.

De Siervo fala em “iniciativas concretas”, sobre as quais não pode revelar detalhes, nomeadamente a nível da “alteração dos regulamentos”, mas considera que é preciso pressionar o Governo e criar instrumentos para combater este problema “através de campanhas nas escolas e nos órgãos de comunicação social”.

A única coisa que De Siervo não quer ver é a suspensão dos jogos por incidentes racistas: “Pessoalmente, sou contra a interrupção de um jogo porque isso danifica todo um sistema. Eu compreendo os jogadores que são alvo dessa discriminação, mas defendo que se passe a intervir imediatamente após a partida com sanções severas”.

A conferência de imprensa foi convocada à pressa, depois de a imprensa italiana ter publicado uma gravação em áudio de Luigi De Siervo, na qual este surge a dizer que tinha dado o aval para desligar os microfones nos estádios na tentativa de evitar que as transmissões televisivas reproduzam os cânticos racistas.

O áudio foi gravado por um telemóvel numa reunião da direcção do organismo, a 23 de Setembro, e enviado para o jornal italiano La Repubblica.

De Siervo procurou defender-se, alegando que procurava evitar transformar certas pessoas em heróis e impedir o risco de imitação, mas tal não evitou que a Federação italiana abrisse uma investigação acerca dos seus comentários no citado áudio.