Mário Sérgio: “Não pensei em desistir, mas cheguei a dizer aos meus pais que não era capaz”

A Quinta das Bágeiras está a comemorar os seus 30 anos. A família já faz vinho há pelo menos cinco gerações, mas só passou a engarrafar com marca própria a partir de 1989, sob a liderança de Mário Sérgio, um vigneron a sério.

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Adriano Miranda

“A que horas chegam? Hoje sou o cozinheiro, fiz umas batatas a murro com bacalhau, que é o único prato que sei fazer, e não quero que depois me critiquem”, graceja Mário Sérgio ao telefone, anunciando, perante o nosso atraso, ir colocar mais um molho de vides no forno para aguentar as brasas. Isto já diz muito sobre o homem que há 30 anos convenceu a família a deixar de vender vinho a granel para passar a engarrafar os próprios vinhos da casa, a Quinta das Bágeiras, na Bairrada. A comida tem tido um papel essencial no sucesso dos seus vinhos. Não são vinhos fáceis, para se beber socialmente. São vinhos que precisam mesmo de comida. Provadores menos experimentados poderão torcer o nariz aos seus brancos, julgando adivinhar neles algumas notas de oxidação. Ou aos tintos, feitos com engaço. Ou aos espumantes, sobretudo os mais velhos, tributários da sua paixão por champanhes complexos e já com alguns anos de evolução.

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“A que horas chegam? Hoje sou o cozinheiro, fiz umas batatas a murro com bacalhau, que é o único prato que sei fazer, e não quero que depois me critiquem”, graceja Mário Sérgio ao telefone, anunciando, perante o nosso atraso, ir colocar mais um molho de vides no forno para aguentar as brasas. Isto já diz muito sobre o homem que há 30 anos convenceu a família a deixar de vender vinho a granel para passar a engarrafar os próprios vinhos da casa, a Quinta das Bágeiras, na Bairrada. A comida tem tido um papel essencial no sucesso dos seus vinhos. Não são vinhos fáceis, para se beber socialmente. São vinhos que precisam mesmo de comida. Provadores menos experimentados poderão torcer o nariz aos seus brancos, julgando adivinhar neles algumas notas de oxidação. Ou aos tintos, feitos com engaço. Ou aos espumantes, sobretudo os mais velhos, tributários da sua paixão por champanhes complexos e já com alguns anos de evolução.