As imagens, antes da música
Da obra de António Júlio Duarte também fazem parte os discos. Na sua condição mais material, enquanto superfícies impressas. Fotografias.
Embora contenha imagens de concertos, Against the Day não é um livro de fotografias de concertos e, se possui ritmos e timbres, transcende, como objecto, as suas qualidades musicais. Feita esta nota, revele-se a importância de uma relação antiga, prévia à actividade fotográfica de António Júlio Duarte. É que esta deve o seu começo, em grande parte, precisamente à música. “Comecei a gostar de fotografia por causa das capas dos discos dos The Clash, da Patti Smith. Foi a capa do Horses que me levou a ver a exposição do [Robert] Mapplethorpe na Cómicos [em 1985, Lisboa]”, revela. “A minha cultura visual começou aí, com as capas dos discos. A música foi talvez o meu primeiro grande interesse, vivi com intensidade a sua relação com as imagens”. Menciona William Eggleston, autor da capa de Radio City dos Big Star e Lee Friedlander que “fotografou, para Atlantic muitos artistas de soul e da jazz”, mas admite que a relação material com os álbuns foi, por várias razões, diminuindo. A memória, contudo, permanece e por vezes interpela o trabalho. Tome-se como exemplo o livro de fotografias White Noise (2011), também com o selo da Pierre Von Kleist. Quem o segurar nas mãos, reparará que o formato corresponde ao de um LP e, por instantes, não deixará de pensar numa série de associações hápticas e visuais.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Embora contenha imagens de concertos, Against the Day não é um livro de fotografias de concertos e, se possui ritmos e timbres, transcende, como objecto, as suas qualidades musicais. Feita esta nota, revele-se a importância de uma relação antiga, prévia à actividade fotográfica de António Júlio Duarte. É que esta deve o seu começo, em grande parte, precisamente à música. “Comecei a gostar de fotografia por causa das capas dos discos dos The Clash, da Patti Smith. Foi a capa do Horses que me levou a ver a exposição do [Robert] Mapplethorpe na Cómicos [em 1985, Lisboa]”, revela. “A minha cultura visual começou aí, com as capas dos discos. A música foi talvez o meu primeiro grande interesse, vivi com intensidade a sua relação com as imagens”. Menciona William Eggleston, autor da capa de Radio City dos Big Star e Lee Friedlander que “fotografou, para Atlantic muitos artistas de soul e da jazz”, mas admite que a relação material com os álbuns foi, por várias razões, diminuindo. A memória, contudo, permanece e por vezes interpela o trabalho. Tome-se como exemplo o livro de fotografias White Noise (2011), também com o selo da Pierre Von Kleist. Quem o segurar nas mãos, reparará que o formato corresponde ao de um LP e, por instantes, não deixará de pensar numa série de associações hápticas e visuais.