Greve climática: jovens voltam à rua dias antes de Greta Thunberg chegar a Lisboa

Esta sexta-feira, 29 de Novembro, há nova greve climática estudantil. Em Portugal já há cinco concentrações confirmadas e a organização pretende “mobilizar o máximo de pessoas possível para a COP25”. Movimento Fridays For Future confirma greves em mais de 2300 cidades de 153 países.

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Ines Fernandes

A nova greve climática estudantil, que se realiza esta sexta-feira, 29 de Novembro, em Portugal pela quarta vez, terá como principal objectivo mobilizar os jovens a participar na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP25), entre 2 e 13 de Dezembro, em Madrid. Por um lado, segundo a organização, a greve foi anunciada “em cima da hora”; por outro, a jovem activista sueca Greta Thunberg deverá visitar Portugal já na próxima semana.

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A nova greve climática estudantil, que se realiza esta sexta-feira, 29 de Novembro, em Portugal pela quarta vez, terá como principal objectivo mobilizar os jovens a participar na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP25), entre 2 e 13 de Dezembro, em Madrid. Por um lado, segundo a organização, a greve foi anunciada “em cima da hora”; por outro, a jovem activista sueca Greta Thunberg deverá visitar Portugal já na próxima semana.

A expectativa quanto ao número de participantes na greve climática de sexta-feira não é muita, até porque vão aderir menos cidades, mas a organização considera que, neste momento, o mais importante não é contar pessoas. “A greve foi anunciada um pouco em cima da hora, mas esperamos a presença de muita gente. No entanto, o principal agora não é o número de pessoas presentes, mas conseguir mobilizar o máximo de gente possível para a COP25”, que começa na próxima semana, contou à Lusa Alice Gato, uma das jovens envolvidas na organização da Greve Climática Global em Portugal.

Neste momento estão confirmadas greves em Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e na ilha de Santa Maria, nos Açores. Estão também previstos outros tipos de acções em Penafiel, Évora e Caldas da Rainha, acrescentou. Alice Gato contou à Lusa que há muitos jovens dispostos a viajar até às cidades onde se vai fazer greve para aderir ao protesto. É o caso da estudante do ensino secundário Inês Aleixo, que vai viajar da Marinha Grande para participar na manifestação prevista para Lisboa.

A jovem foi uma das responsáveis pela organização da greve climática em Leiria, que se realizou no final de Setembro, mas desta vez o seu trabalho está a passar por organizar e dar apoio a quem queira participar na acção de Lisboa. “Desta vez tivemos menos tempo para preparar uma greve e por isso vamos aderir à de Lisboa”, contou, defendendo que o anúncio da vinda a Portugal de Greta Thunberg “poderá mobilizar mais pessoas”.

A adolescente sueca irá participar no COP25, que começa na próxima semana em Madrid, mas antes passa por Portugal, onde os protestos vão ter “uma componente muito mais artística”, assegurou Alice Gato. Em Lisboa, por exemplo, vão participar vários movimentos como o Linha Vermelha ou o Red Rebel Brigade, um grupo de activistas conhecido pelas suas encenações silenciosas em que aparecem todos vestidos de vermelho. Já o colectivo Linha Vermelha nasceu da vontade de lutar contra o problema da exploração de petróleo e gás natural e destacou-se quando decidiu costurar em tricot  e crochet uma linha vermelha do comprimento do gasoduto, recordou Alice Gato. O grupo contesta os dois contratos activos para iniciar a prospecção de combustíveis fósseis em Portugal fazendo um furo em Bajouca e outro em Aljubarrota.

Esta sexta-feira, o grupo vai transportar a linha vermelha já tricotada desde o Largo do Camões, onde começa o protesto, até ao largo em frente à Assembleia da República, onde termina. Em Portugal, os activistas exigem o encerramento das centrais de carvão, a paragem de quaisquer novos projectos que aumentem as emissões a nível nacional e a neutralidade de carbono em 2030.

Mais de 2300 cidades com protestos anunciados

Mais de 100 mil manifestantes são esperados na Greve Climática Global desta sexta-feira, que vai decorrer em mais de 2300 cidades de 153 países, entre os quais Portugal, segundo estimativas do movimento Fridays For Future. Nas duas últimas semanas realizaram-se manifestações em cerca de 1500 cidades de 145 países.

O número de cidades aumenta (mais 750), assim como o número de países (mais oito), entre os quais Portugal, que se junta pela quarta vez a estes protestos. De acordo com o Fridays For Future são esperadas 104.262 pessoas na greve de 29 de Novembro.

O movimento #FridaysForFuture começou em Agosto de 2018 e a mensagem espalhou-se rapidamente, com jovens e adultos a repetir o gesto de Greta Thunberg. Em Madrid, à margem da COP25, está prevista uma manifestação a 6 de Dezembro. De Agosto de 2018 até agora, já participaram jovens de 6,6 mil cidades de 223 países, segundo o site oficial do movimento, num total de 63 mil greves climáticas.