CP “vai precisar de 200 a 250” comboios nos próximos 20 anos, diz presidente da empresa

As principais prioridades da CP passam por repor o índice de regularidade do serviço comercial da CP para 100% e melhorar o índice de pontualidades dos serviços.

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Andre Rodrigues

O presidente da CP - Comboios de Portugal, Nuno Freitas, disse esta quarta-feira que a empresa vai precisar de mais de duas centenas de novos comboios. “Nos próximos 20 anos, sem levar em consideração o aumento da procura exponencial que estamos a ter agora, a CP vai precisar de 200 a 250 unidades múltiplas para operar”, afirmou o responsável máximo da CP.

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O presidente da CP - Comboios de Portugal, Nuno Freitas, disse esta quarta-feira que a empresa vai precisar de mais de duas centenas de novos comboios. “Nos próximos 20 anos, sem levar em consideração o aumento da procura exponencial que estamos a ter agora, a CP vai precisar de 200 a 250 unidades múltiplas para operar”, afirmou o responsável máximo da CP.

Nuno Freitas falava na abertura dos PFP Days 2019, um evento organizado pela Associação da Plataforma Ferroviária Portuguesa (PFP), que decorre esta quarta e quinta-feira na sede da Infra-estruturas de Portugal, em Almada.

Nos objectivos actuais, o responsável salientou o desejo de “fazer bem as coisas simples, regressar à base”. “Tão simples como isto: o comboio aparece. Ou seja, nós queremos repor o índice de regularidade do serviço comercial da CP para 100%”, explicitou, acrescentando que o comboio deve aparecer “a horas”.

A empresa ferroviária pretende “melhorar o índice de pontualidade do serviço comercial de passageiros”, sabendo que esta melhoria “não depende só da CP, mas também depende muito da CP”. Nuno Freitas quer ainda que o comboio apareça “limpo”, classificando a limpeza como “grau zero do conforto”.

O presidente da CP afirmou que actualmente a empresa “trabalha com escassez de material circulante”, fazendo rotações de “dez em dez, cinco em cinco, vinte em vinte” comboios, e que “não há ninguém no mundo a operar desta maneira”.

Nuno Freitas alertou também para a “escassez de recursos humanos”, chegando ao ponto de “uma locomotiva de reserva estar a 10 minutos de um comboio que precisa de socorro” e não haver maquinista.

Sobre o plano de fomentar a indústria ferroviária em Portugal, Nuno Freitas assinalou que é um desejo da CP contribuir para esse desígnio. “Gostaríamos muito e vamos fazer tudo para promover a construção de material circulante ferroviário em Portugal, para podermos garantir a sustentabilidade deste sector a médio e longo prazo”, afirmou.

O responsável falou ainda no “comboio português”, referindo que o mais provável é haver um “comboio made in [feito em] Portugal”. “Eu acho que Portugal tem condições excepcionais para ter, com já teve, uma indústria ferroviária relevante”, afirmou.

A CP vai assinar na quinta-feira o contrato de serviço público com o Estado, pela primeira vez na sua história, de acordo com fonte do Ministério das Infra-estruturas e Habitação.