Retirado da água primeiro submarino apanhado na Europa após cruzar Atlântico com droga
Operação internacional que envolveu autoridades de quatro países permitiu apreender embarcação que transportaria cerca de três toneladas de cocaína a bordo. Após perseguição, tripulantes tentaram afundar submarino mas dois deles acabaram detidos.
Uma operação internacional, coordenada pelo Centro de Análise e de Operações contra o Narcotráfico Marítimo (MAOC-N, na sigla inglesa), que envolveu as autoridades portuguesas e espanholas, permitiu uma vitória considerável no combate ao tráfico de droga. Este domingo foi apreendido junto a uma praia galega, no município de Cangas, um submergível com mais de 20 metros que terá cruzado o Atlântico, a partir de um país da América Latina, com cerca de três toneladas de cocaína a bordo.
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Uma operação internacional, coordenada pelo Centro de Análise e de Operações contra o Narcotráfico Marítimo (MAOC-N, na sigla inglesa), que envolveu as autoridades portuguesas e espanholas, permitiu uma vitória considerável no combate ao tráfico de droga. Este domingo foi apreendido junto a uma praia galega, no município de Cangas, um submergível com mais de 20 metros que terá cruzado o Atlântico, a partir de um país da América Latina, com cerca de três toneladas de cocaína a bordo.
Nesta segunda-feira à tarde, as autoridades espanholas conseguiram deslocar o submarino para junto ao molhe de Aldán, mas, ao contrário do que o PÚBLICO noticiou nesse dia, não chegaram a retirar o submergível da água. A explicação foi dada ao PÚBLICO por fonte oficial da Delegação do Governo espanhol na Galiza. “Na deslocação, a embarcação ficou presa numas redes de pesca e só foi possível retomar os trabalhos esta manhã”, explicou o responsável pela imprensa. Só esta terça-feira à tarde é que estava a decorrer a operação para retirar o submergível da água, ainda não se sabendo exactamente para onde será levada. Os jornais galegos A Voz da Galicia e Faro de Vigo davam esta terça-feira conta das dificuldades em retirar o submergível da água, depois de uma das bóias que permitiam manter a embarcação à tona se ter desprendido e o submarino ter voltado a submergir. Só depois da embarcação estar fora de água será possível testar e pesar a droga que seguia a bordo.
Nesta segunda, um mergulhador espanhol já conseguira entrar no submergível, trazendo uma amostra do produto que encontrou lá dentro. Foi o delegado do governo espanhol na Galiza, Javier Losada, que confirmou que existia droga no interior do “narcosubmarino”, como lhe tem chamado a imprensa espanhola. “Por enquanto, o que se sabe é que existe droga porque um mergulhador foi capaz de entrar neste dispositivo, agora, a quantidade, até que possamos extrair e pesar, não sabemos exactamente”, disse Losada, citado pelo Faro de Vigo.
Foi a primeira vez que se confirmou o uso deste tipo de embarcação para traficar droga para a Europa, um modus operandi que as redes internacionais já usavam para transportar cocaína da Colômbia para os Estados Unidos da América, explicou ao PÚBLICO um responsável português ligado ao combate do narcotráfico. Os quatro países envolvidos pertencem todos ao MAOC-N, uma organização inter-governamental composta por sete países da União Europeia (Espanha, França, Irlanda, Itália, Holanda, Portugal e Reino Unido). Daí que o frenesim seja grande. As autoridades espanholas devem marcar para terça ou quarta-feira uma conferência de imprensa, em Vigo, e lá deverá estar um responsável da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária.
Tentaram afundar embarcação
O submergível, apreendido na Galiza após uma perseguição que levou os tripulantes a tentar afundar a embarcação, passou antes ao largo da costa portuguesa, num trajecto que foi acompanhado pela PJ. A operação teve o apoio da Marinha e da Força Aérea, as entidades com meios técnicos capazes de detectar uma embarcação que não quer ser encontrada. O submarino passou a “bastante distância” da costa portuguesa, distância essa que foi diminuindo à medida que se foi aproximando da costa galega.
A bordo seguiriam três tripulantes. Dois, de origem equatoriana, foram detidos este domingo pelas autoridades espanholas e o terceiro conseguiu fugir. As polícias espanholas montaram uma aparatosa operação de busca, mas até ao fim da tarde desta terça-feira ainda não tinham capturado o suspeito. Segundo o jornal A Voz da Galiza o terceiro tripulante terá nacionalidade espanhola. Será um galego que conhece bem as praias de Cangas.
Em 2006, um outro submergível, muito mais pequeno e sem capacidade para cruzar o Atlântico, apareceu abandonado na ria de Vigo, igualmente na Galiza, com vestígios de droga no interior.
Notícia corrigida às 18h desta terça-feira com informação de que submarino só está a ser retirado da água esta terça-feira.