António Costa defende que “reconhecimento global” do português é prioridade diplomática

A 40.º Conferência Geral da Unesco promulga Dia Mundial da Língua Portuguesa.

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António Costa (foto de arquivo) daniel rocha

O primeiro-ministro português, António Costa, destacou nesta segunda-feira a importância da introdução do Dia da Língua Portuguesa pela Unesco nos calendários oficiais, sublinhando que esta é uma prioridade da política externa portuguesa.

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O primeiro-ministro português, António Costa, destacou nesta segunda-feira a importância da introdução do Dia da Língua Portuguesa pela Unesco nos calendários oficiais, sublinhando que esta é uma prioridade da política externa portuguesa.

“O reconhecimento pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) do 5 de Maio como o dia oficial da língua portuguesa é muito importante para o reconhecimento global desta língua que é falada oficialmente em 9 países, quatro continentes e é a quinta mais utilizada no espaço da internet. E a língua tem de ter cada vez maior presença no domínio cultural e científico”, disse o primeiro-ministro em declarações aos jornalistas em Paris.

Antes da promulgação final do Dia Mundial da Língua Portuguesa pela 40.º Conferência Geral da Unesco, o governante português visitou a sede da instituição em Paris, reunindo-se com a sua directora, Audrey Azoulay, e os embaixadores dos países da CPLP.

Questionado pelos jornalistas, António Costa considera que o reconhecimento da língua pela Unesco constitui “um passo importante” para tornar o português uma das línguas de trabalho da Organização da Nações Unidas.

“É um passo muito importante para os 260 milhões de pessoas que têm o português como língua oficial e que é a língua mais falada no hemisfério Sul e cuja dinâmica demográfica vai ter um certo crescimento no final do século”, indicou o primeiro-ministro, garantindo que a promoção da língua é “uma prioridade fundamental da política externa” nacional.

Quanto ao acordo ortográfico, o primeiro-ministro reconheceu que o português permite diferentes grafias e que a língua não pertence a Portugal.

“Essa é uma questão [do acordo ortográfico] que os Estados têm debatido: as línguas não são só escritas têm também uma dimensão falada. O português tem uma característica importante, tem-se sabido adaptar a diferentes territórios onde tem evoluído. [...] Hoje é uma língua que pertence a muito mais pessoas no Mundo do que só a nós portugueses e isso traduz-se em formas diversas de escrever”, concluiu o primeiro-ministro.

António Costa está em Paris não só para assinalar a distinção do português da Unesco, mas também para uma homenagem pública ao artista Manuel Cargaleiro que recebe hoje a Ordem de Mérito Cultural e da Câmara Municipal de Paris, a medalha Grand Vermeil - a maior distinção que a cidade pode atribuir e que já foi recebida por outros portugueses como Manoel de Oliveira.