António Costa em busca de bom relacionamento com a próxima presidente da Comissão

Primeiro-ministro jantou com Ursula von der Leyen na véspera da votação do colégio de comissários no plenário do Parlamento Europeu.

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António Costa (foto de arquivo)

O primeiro-ministro reconhece que ainda é cedo para saber se o seu relacionamento com a próxima presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, poderá ser tão “próximo” e “especial” como o que manteve com Jean-Claude Juncker, o líder do executivo comunitário que se despede do cargo no final desta semana, um mês depois do prazo previsto. “Espero ter uma relação de grande colaboração mútua e o mais próxima possível”, disse António Costa, minutos antes de um jantar de trabalho — em versão tête-a-tête — com a presidente eleita, num hotel em Estrasburgo.

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O primeiro-ministro reconhece que ainda é cedo para saber se o seu relacionamento com a próxima presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, poderá ser tão “próximo” e “especial” como o que manteve com Jean-Claude Juncker, o líder do executivo comunitário que se despede do cargo no final desta semana, um mês depois do prazo previsto. “Espero ter uma relação de grande colaboração mútua e o mais próxima possível”, disse António Costa, minutos antes de um jantar de trabalho — em versão tête-a-tête — com a presidente eleita, num hotel em Estrasburgo.

“As relações pessoais são pessoais e intransmissíveis”, lembrou o primeiro-ministro, que “porventura também muito fruto das circunstâncias que felizmente não se repetem” acabou por manter um contacto muito particular com o veterano político luxemburguês que, depois de ter dirigido o Eurogrupo, foi eleito presidente da Comissão Europeia na altura em que Portugal acabava de concluir o programa de assistência financeira da troika mas ainda corria o risco de sofrer sanções por défice excessivo.

Agora, não só a conjuntura económica e financeira de Portugal é distinta, como o contexto político europeu que conduziu à escolha da alemã Ursula von der Leyen para líder da Comissão Europeia é muito diferente daquele que se vivia há cinco anos. António Costa é um homem atento ao calendário — e às oportunidades para forjar um bom entendimento com a futura líder do executivo já desde o arranque do seu mandato.

“Até agora, todos os contactos têm sido positivos. E o facto de termos marcado jantar nesta semana em que esperamos a Comissão seja finalmente eleita aqui no Parlamento Europeu não deixa de ter o significado que tem”, observou o primeiro-ministro, referindo-se ao voto agendado para esta quarta-feira para a aprovação do colégio de comissários pelo plenário. 

Mas Costa escolheu ainda esta semana para vir a Estrasburgo fazer uma série de contactos institucionais em preparação da presidência portuguesa da União Europeia, em Janeiro de 2021, e também uma ronda de reuniões políticas com os líderes das principais bancadas do Parlamento Europeu para falar sobre a urgência de concluir a negociação do próximo quadro financeiro plurianual para 2021-2027.

“Gostava de sentir e de perceber o estado de espírito dos líderes dos diferentes grupos para ver quais são as condições de podermos obter tão rapidamente quanto possível um acordo” relativamente ao próximo orçamento comunitário, justificou António Costa, que esta segunda-feira se encontrou com o líder do Partido Popular Europeu, Manfred Weber; a líder dos Socialistas & Democratas, Iratxe Garcia; e o líder da bancada liberal rebaptizada Renovar a Europa, Dacian Ciolos.

Os encontros prosseguem esta terça-feira: apesar do impasse em que caiu o processo de negociações no Conselho Europeu, o primeiro-ministro ficou com “uma visão muito positiva” depois da sua reunião com os líderes parlamentares, que disse se “mantém bastante firmes” na sua posição, que reputou de “muito positiva e ambiciosa”, de defesa de um reforço significativo dos recursos financeiros do próximo quadro financeiro. “É uma posição muito coincidente com a portuguesa”, notou.