Mais de 20% dos alunos da Universidade do Algarve são estrangeiros
Em 2018, os alunos estrangeiros representavam 20,9% da comunidade académica, sendo o Brasil o país com maior representatividade. A Universidade do Algarve tem alunos de 86 nacionalidades e quer que o número continue a crescer.
Mais de um quinto dos alunos da Universidade do Algarve (UAlg) são estrangeiros, o que a torna na instituição com maior percentagem de estudantes não nacionais no ensino superior português, actualmente com 86 nacionalidades. A excelência na sua área de estudo, a facilidade na compreensão da língua, a equivalência nas provas de acesso, o clima ameno e o estilo de vida são alguns dos factores apontados pelos alunos para terem escolhido Portugal para prosseguirem os estudos.
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Mais de um quinto dos alunos da Universidade do Algarve (UAlg) são estrangeiros, o que a torna na instituição com maior percentagem de estudantes não nacionais no ensino superior português, actualmente com 86 nacionalidades. A excelência na sua área de estudo, a facilidade na compreensão da língua, a equivalência nas provas de acesso, o clima ameno e o estilo de vida são alguns dos factores apontados pelos alunos para terem escolhido Portugal para prosseguirem os estudos.
Segundo a instituição, o número de alunos estrangeiros na academia algarvia duplicou em cinco anos, passando de 11% no ano lectivo de 2013/2014 para 20,9% no ano passado, sendo o Brasil o país com maior representatividade. Actualmente estudam nesta universidade mil estudantes brasileiros, totalizando 10% dos alunos estrangeiros, fazendo da UAlg a instituição de ensino superior com a maior percentagem de estudantes desta nacionalidade em Portugal.
Estes números são o reflexo do facto de a Universidade do Algarve ter sido uma das instituições de ensino superior portuguesa a assinar, em 2014, um acordo que permite aos alunos brasileiros substituírem as provas de ingresso pelos resultados obtidos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) — o equivalente ao exame nacional português. Actualmente, são já 47 as instituições portuguesas que têm este acordo com o Brasil. No caso da UAlg, o acordo estende-se aos congéneres GaoKao/Liankao (China), ao Exame Unificado de Acesso (Macau) e ao Bachillerato (Colômbia e Equador).
Guilherme Rabczynski contou à Lusa que foi este acordo que lhe deu a oportunidade de trocar o Brasil por um curso de gestão de empresas no Algarve, numa aventura que “ainda agora começou” e onde o mestrado é o próximo passo. “Portugal foi uma porta de entrada para conhecer novas culturas e depois expandir e buscar o mundo, talvez os Estados Unidos ou Canadá”, afirmou.
Os mesmos passos foram seguidos por Marília Agostinho de Campos. Depois do ENEM, e de ter tentado as universidades brasileiras, decidiu fazer uma pesquisa “no exterior” e encontrou a UAlg, onde era possível aliar “uma referência em gestão de empresa e a qualidade de vida, tudo num só”, descreveu.
Sebastian Sion, do Equador, também aproveitou o acordo com o seu país para realizar o sonho que tinha em “sair do país” e ter uma “experiência diferente”. Escolheu o curso de Biologia Marinha na UAlg pelo “reconhecimento na investigação” na área das ciências do mar. Foi numa mistura de castelhano e português que explicou à Lusa a mais-valia em ter aulas em “inglês e português”, dando-lhe a possibilidade de aprender uma nova língua, afirmando que o futuro passa por ficar por Portugal, porque o país “já lhe ficou no coração”.
Os mestrados em língua inglesa são outros dos atractivos da universidade algarvia — e a escolha feita pela norte-americana Kate Malmgren, para uma especialização em Sistemas Marinhos e Costeiros, depois de vários anos a trabalhar “intensamente” no sector privado, adiantou.
Foi num período de férias no Algarve que descobriu a universidade e, numa visita guiada, convenceram-na de que seria o local ideal para o “início de uma nova carreira”, fora da confusão. “Vivo na Praia de Faro, vou de bicicleta para a universidade, o que tem feito maravilhas para o meu bem-estar,” contou a aluna.
À Lusa, o reitor da UAlg, Paulo Águas, referiu que o crescimento do número de alunos internacionais é o resultado de uma aposta da universidade na internacionalização e num reforço da promoção da instituição no exterior. O responsável considera que a vinda destes alunos “enriquece o processo de aprendizagem” e que ainda há margem para crescer, podendo chegar “aos 30% daqui a dois ou três anos”, estimou.