Gás na Batalha e Leiria terá estudo ambiental no primeiro semestre de 2020

Empresa australiana explica que está a finalizar um Estudo de Impacte Ambiental “muito robusto e complexo” e defende que o país reduziria emissões de dióxido de carbono se produzisse gás, já que importa grande parte do que necessita

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Empresa afirma que Portugal é obrigado a importar a maior parte do gás que usa Fabio Augusto

A Australis Oil & Gas, que detém a concessão para a exploração de gás na Batalha e em Pombal pretende entregar o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) para a realização de sondagens na zona “no primeiro semestre de 2020”. A empresa australiana quer cumprir o contrato e defende mesmo que “a exploração de gás natural em Portugal permitirá uma redução substancial de emissões de CO2 [dióxido de carbon] e de custos”. Na semana passada, a associação ambientalista Quercus pediu o fim de contrato de concessão, defendendo que a exploração de combustíveis fósseis corresponde a “uma lógica política já ultrapassada” e que vai contra “as políticas ambientais definidas pela União Europeia”.

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A Australis Oil & Gas, que detém a concessão para a exploração de gás na Batalha e em Pombal pretende entregar o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) para a realização de sondagens na zona “no primeiro semestre de 2020”. A empresa australiana quer cumprir o contrato e defende mesmo que “a exploração de gás natural em Portugal permitirá uma redução substancial de emissões de CO2 [dióxido de carbon] e de custos”. Na semana passada, a associação ambientalista Quercus pediu o fim de contrato de concessão, defendendo que a exploração de combustíveis fósseis corresponde a “uma lógica política já ultrapassada” e que vai contra “as políticas ambientais definidas pela União Europeia”.

O apelo da Quercus era dirigido ao Ministério do Ambiente e da Acção Climática, que travou qualquer expectativa de que fosse seguir esse caminho, afirmando que tanto o Governo actual como o anterior “respeitam os contratos assinados em nome do Estado português”. A mesma fonte acrescentou, na altura, que não fora ainda apresentado o EIA para a exploração e a Australis Oil & Gas veio agora explicar que tal se deve ao facto de estar a ser “finalizado um EIA muito robusto e complexo”, no âmbito de um processo “moroso”.

Em resposta escrita enviada ao PÚBLICO, a empresa garante que pretende cumprir o contrato que, em 2015, lhe atribuiu a concessão por oito anos, defendendo que “estas concessões merecem ser estudadas e pesquisadas”. Argumentando que Portugal importa gás natural liquefeito “para suprir a maioria das suas necessidades de gás”, a empresa diz que esse produto tem “uma pegada de carbono significativamente maior do que uma produção por via convencional […] e, portanto, reduziria as emissões de CO2 de uma forma global” se avançasse a exploração no país.

As recomendações internacionais para se reduzir as emissões de CO2 são no sentido de se abandonar a produção de combustíveis fósseis, substituindo-os por outro tipo de energia, mais limpa e renovável.