Braima Dabó ajudou o colega a chegar à meta e isso valeu-lhe o prémio fair play
O atleta de 26 anos foi galardoado pelo júri da Federação Internacional de Atletismo pelo seu desportivismo ao ajudar um colega a terminar a prova de 5000 mil metros.
Braima Dabó, o corredor da Guiné-Bissau de 26 anos que ficou conhecido por ter ajudado o colega Jonathan Busby a terminar a prova dos 5000 metros nos Campeonatos do Mundo de Atletismo, no Qatar, foi este sábado galardoado com o Prémio Fair Play, revelou em comunicado a assessoria do atleta e confirmou a Federação Internacional de Atletismo através do Twitter.
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Braima Dabó, o corredor da Guiné-Bissau de 26 anos que ficou conhecido por ter ajudado o colega Jonathan Busby a terminar a prova dos 5000 metros nos Campeonatos do Mundo de Atletismo, no Qatar, foi este sábado galardoado com o Prémio Fair Play, revelou em comunicado a assessoria do atleta e confirmou a Federação Internacional de Atletismo através do Twitter.
A cerca de 250 metros da meta, Braima Dabó, estudante em Bragança, interrompeu o seu ritmo para ajudar o atleta Jonathan Busby, da ilha caribenha de Aruba, a terminar a prova eliminatória, que concluíram ao mesmo tempo — foi depois deste episódio que começou a ser apelidado de “rei do fair play”.
Segundo a assessoria do atleta, na Gala da Federação Internacional de Atletismo que decorre esta noite no Mónaco, Braima Dabó afirmou, durante o discurso de agradecimento, que recebe o prémio “com natural orgulho”, salientando os valores com que foi educado e agradecendo a todos os que “o têm ajudado no percurso que tem realizado nos últimos anos em Portugal”.
O corredor já tinha vencido a ronda de votação do público no Twitter, mas esta noite foi confirmado de forma oficial a conquista do prémio pelo júri da Federação Internacional. Além de Braima Dabó, faziam parte da lista dos nomeados o americano Sam Kendricks (que venceu o ouro), o polaco Piotr Lisek (que alcançou o bronze) e o sueco Armand Duplantis (que conseguiu a prata) pela camaradagem e respeito durante o concurso de salto com vara, assim como pela sua postura durante os festejos após a conquista das medalhas.
Também a americana Sandi Morris, foi nomeada pelo seu desportivismo depois de perder a medalha de ouro no salto com vara feminino. A atleta foi a primeira a congratular a vencedora Anzhelika Sidorova. A atleta britânica Dina Asher-Smith, que venceu o título de campeã mundial dos 200 metros, era a última da lista de nomeados depois de ter saudado os seus adversários nas várias provas do duplo hectómetro e de ter ajudado uma atleta que se tinha lesionado.
Braima Dabó vive em Portugal desde 2011, ao abrigo de um projecto criado pela organização não-governamental Na Rota dos Povos, que apoia o desenvolvimento dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) fora dos grandes centros populacionais, em zonas carenciadas ao nível da educação e formação cultural.
Natural de Catió, capital da região de Tombali, Braima Dabó intensificou o gosto pelo atletismo em 2014 e desloca-se aos fins-de-semana à Maia para treinar sob orientação de José Regalo, que já foi um dos melhores corredores portugueses de 5000 metros, movido pelo “sonho” de “ter uma marca” que abra a porta dos Jogos Olímpicos.
O atleta estará de regresso a Portugal este domingo: o seu voo deve chegar às 14h30 ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.