Um dia Maria Reis chegou a casa e tinha um buraco no tecto da sala. Tinha caído um pedaço. Chovia lá dentro. Era a ironia da vida a bater-lhe de frente. Aquela imagem era não só uma prova do estado da habitação da Lisboa-gentrificada-estância-turística-cool-mas-podre (RIP Lisboa), mas também uma metáfora do que se estava a passar na sua vida: cabeça a cair aos pedaços mais ou menos como o tecto, o fim de um relacionamento, dilemas existenciais, depressão. Nasceu ali o título do seu primeiro álbum a solo, Chove na Sala, Água nos Olhos. “Acabei por perceber que isto podia dar uma imagem bonita, com algo de catártico.”
Opinião
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