Mais de 900 jovens reúnem-se em Gaia para pensar no seu futuro
De 22 a 24 de Novembro, Vila Nova de Gaia recebe a 17.ª edição do Encontro Nacional das Associações Juvenis. Debate-se o futuro e pretende-se que as políticas de juventude locais e nacionais sejam redefinidas através da criação da Rede de Municípios Amigos da Juventude.
De 22 a 24 de Novembro, reúnem-se em Vila Nova de Gaia, no Pavilhão Desportivo Municipal, mais de 900 jovens de diferentes países naquele que a Federação Nacional de Associações Juvenis (FNAJ) considera ser o “maior encontro nacional de associativismo juvenil”.
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De 22 a 24 de Novembro, reúnem-se em Vila Nova de Gaia, no Pavilhão Desportivo Municipal, mais de 900 jovens de diferentes países naquele que a Federação Nacional de Associações Juvenis (FNAJ) considera ser o “maior encontro nacional de associativismo juvenil”.
É do futuro que se vai falar na 17.ª edição do Encontro Nacional de Associações Juvenis (ENAJ). De e para jovens, o evento reúne “indivíduos com idades entre os 14 e os 35 anos, voluntários em pequenas ou grandes associações, dirigidas, em 80% dos casos, por pessoas com menos de 30 anos”, explica ao P3 Cátia Camisão, vice-presidente da FNAJ. Jovens que, de uma forma ou outra, actuam nas suas comunidades, por mais pequenas que sejam, e que agora se juntam para ouvir e partilhar ideias e se inspirarem. Afinal é da “partilha de projectos e boas práticas” que se faz este encontro, cujas inscrições já estão encerradas. Os participantes vêm de todo o país, incluindo os arquipélagos, e também de países como São Tomé e Príncipe, Guiné, Espanha, Bélgica, França, Itália, Grécia e Irlanda.
O programa é vasto e são várias as temáticas em discussão. Entre elas, a justiça e solidariedade intergeracional, que Tiago Manuel Rego, presidente da FNAJ, afirma exigir “cada vez mais atenção dado que a população portuguesa apresenta índices crescentes de envelhecimento face à generalidade da Europa”. Caberá à ex-eurodeputada Ana Gomes debater esse tema, tentando perceber qual o papel dos jovens no futuro. Outros temas em destaque são a educação não-formal e a sua importância nos empregos do século XXI, o ambiente, o associativismo e o voluntariado.
O painel dedicado ao poder transformador da juventude, moderado pela humorista Beatriz Gosta, analisará como o jovens influenciaram o mundo no passado e podem mudar o futuro. Conta com um leque de oradores que são “inspiradores, activistas e empreendedores”, garante Cátia Camisão. É o caso de Filipe Pinto, cantor, compositor e activista ambiental, Luís Sousa Ferreira, director artístico do festival Bons Sons e activista cultural, e Tiago Craveiro, co-fundador da startup HUUB. A própria moderadora fará um espectáculo de stand up com o título Quem acredita vai. Susana Torres, coach de alta performance, mentora de Éder, jogador que lhe dedicou o mítico golo da vitória do Euro 2016, dará também uma masterclass subordinada aos poderes dos jovens, onde explicará que todos podem “fazer a diferença”.
Haverá ainda um palco que, através de uma inscrição prévia, poderá ser pisado por qualquer pessoa que queira falar sobre os seus projectos e inspirar os demais. A sustentabilidade e a inclusão social são também duas premissas do encontro, que se assume como um ecoevento. Toda a comida que sobrar será doada a instituições e todas as intervenções terão tradução simultânea ao vivo em Língua Gestual Portuguesa.
É, sublinha Cátia Camisão, uma “óptima altura” para pensar no futuro e no que se quer dele, para se definir “as políticas de juventude locais e nacionais”, uma vez que se “negoceia o Orçamento do Estado para 2020 e arranca um novo governo”. Por isso, Tiago Manuel Rego vê o ENAJ como a oportunidade ideal para reunir “os representantes de várias autarquias e comprometê-los com uma estratégia de dinamização comum”: a Rede de Municípios Amigos da Juventude. O encontro de 2019 ficará marcado pela assinatura do documento fundador desta medida.
A iniciativa é da FNAJ que, ao inquirir as suas mais de 1200 associações filiadas, apurou que há uma grande lacuna na actual estrutura política local no que toca ao “empoderamento da juventude e a valorização do seu potencial socioeconómico”. Espera com esta estratégia “estimular a implementação de políticas municipais dirigidas aos jovens, garantindo que essas se adequam efectivamente aos interesses da comunidade juvenil”, pode ler-se em comunicado. Já conta com o envolvimento de mais de 45 autarquias, entre elas Porto, Vila Nova de Gaia, Coimbra, Cascais, Viana do Castelo, São Pedro do Sul, Arouca e Funchal.