Os jovens e a ausência dos debates nacionais
Perceber-se a relação distante dos jovens com as grandes questões nacionais, mas deve haver a preocupação em envolvê-los nas causas cívicas. Para o fazerem, precisam de informação. Precisam de ler jornais ou, numa versão mais lata, de consumir jornalismo.
“Os jovens portugueses não lêem jornais”; “os estudantes estão desligados dos grandes debates que mobilizam a sociedade portuguesa”; “os mais novos têm pouca participação política, habituaram-se a centrar as suas atenções em causas particulares e afastaram-se dos problemas que tradicionalmente são veiculados pelos jornais ou pelas televisões – sejam a pobreza, a educação ou a relação de Portugal com a Europa”.
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“Os jovens portugueses não lêem jornais”; “os estudantes estão desligados dos grandes debates que mobilizam a sociedade portuguesa”; “os mais novos têm pouca participação política, habituaram-se a centrar as suas atenções em causas particulares e afastaram-se dos problemas que tradicionalmente são veiculados pelos jornais ou pelas televisões – sejam a pobreza, a educação ou a relação de Portugal com a Europa”.
É frequente ouvirem-se observações ou queixas desta natureza sobre o alegado desconhecimento que os mais jovens têm dos principais debates públicos. É corrente escutarem-se protestos contra a sua alegada falta de cidadania. Não se pode dizer que eles não estejam mobilizados por causas, que sejam generosos com os problemas da comunidade, mas pode-se constatar que a sua agenda de preocupações nem sempre coincide com a agenda que a maior fatia da comunidade nacional debate.
Haverá quem diga que esses interesses particulares são valiosos. E explicáveis. A pressão dos mais jovens pela causa do ambiente, contra o desperdício e em favor de uma cultura de consumo responsável é importante. As suas motivações em defesa da igualdade de género ou no combate a trejeitos que denunciam atitudes racistas ou sexistas ajudaram a sociedade a corrigir vícios até agora considerados “normais”. De resto, também é verdade que a política ou a cultura expressa nos media revela vezes de mais a narrativa dos que têm emprego ou reconhecimento, e ignora por excesso os seus problemas e as suas ambições.
Mas se tudo isto nos ajuda a perceber a relação distante dos jovens com as grandes questões nacionais, deve haver a preocupação em envolvê-los nas causas cívicas. Até para poderem impor os seus pontos de vista. Para o fazerem, precisam de informação. Precisam de ler jornais ou, numa versão mais lata, de consumir jornalismo.
O projecto PSuperior, uma parceria do PÚBLICO com nove empresas que tem como objectivo oferecer assinaturas digitais deste jornal a estudantes universitários, tem esse propósito. Ao mesmo tempo que contribui para a sustentabilidade da imprensa, o PSuperior destina-se a criar hábitos de leitura de jornais junto dos mais jovens e, por causalidade, a propiciar-lhes ferramentas para o exercício de uma cidadania plena e exigente.
O jornalismo independente e cumpridor da deontologia e dos preceitos constitucionais que o protegem é uma peça crucial contra o populismo e a demagogia. É um alicerce fundamental das sociedades livres e democráticas. Instigar o bom hábito de leitura de jornais nos jovens que se preparam para entrar na vida activa é uma boa forma de garantir o futuro desses valores imprescindíveis.