Rio realça reforço conjunto de PS e PSD e quase inexistência de extrema-direita em Portugal

Presidente do PSD Rio elegeu a reforma da União Económica e Monetária como uma das prioridades.

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LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO

O presidente do PSD realçou nesta quarta-feira no Congresso do Partido Popular Europeu, em Zagreb, que PS e PSD, juntos, reforçaram a sua implantação nas últimas legislativas, destacando a ausência em Portugal de qualquer “movimento significativo” de extrema-direita.

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O presidente do PSD realçou nesta quarta-feira no Congresso do Partido Popular Europeu, em Zagreb, que PS e PSD, juntos, reforçaram a sua implantação nas últimas legislativas, destacando a ausência em Portugal de qualquer “movimento significativo” de extrema-direita.

Rui Rio discursou em alemão na primeira sessão plenária do Congresso do PPE, no qual participa até quinta-feira, e recordou as recentes eleições legislativas de 6 de Outubro, em que o PS obteve 36,34% e o PSD 27,76%.

“Ao contrário do que tem acontecido na maior parte dos países europeus, em Portugal os dois maiores partidos reforçaram a sua implantação: PS e PSD juntos têm agora 81% dos deputados. O terceiro partido mais votado teve apenas 9% dos votos”, salientou o presidente do PSD.

Rui Rio defendeu, perante os seus parceiros do PPE, que “não há, pois, em Portugal, nenhuma nova força política emergente com peso político real e implantação relevante na sociedade”.

“Muito menos há qualquer movimento significativo de perfil fascista ou de extrema-direita. Nesse aspecto, a Europa e o PPE podem estar sossegados relativamente a Portugal”, referiu na Croácia, de acordo com a versão em português do discurso a que a Lusa teve acesso.

Na dimensão europeia, Rio elegeu a reforma da União Económica e Monetária como uma das prioridades, considerando-a “um elemento decisivo” para “enfrentar futuras crises e garantir a integridade da moeda única”.

“Também o quadro financeiro plurianual 2021-2027 é matéria do maior relevo. Ele tem de dar corpo a uma Europa que se preocupa com uma efectiva coesão económica, social e territorial dos seus Estados-Membros. A solidariedade tem de continuar a ser o principal alicerce da construção europeia”, defendeu.

O líder do PSD destacou ainda a importância de temas na agenda europeia como a crise migratória, o crescimento económico, o terrorismo, “e, fundamentalmente, as alterações climáticas”.

“Quero, por isso, saudar a escolha de Manfred Weber [presidente do grupo parlamentar do PPE] relativamente aos seus três temas para o exercício do próximo mandato do PPE: a Europa Digital, o Green Deal para a Europa, e a Criação de Empregos e de Prosperidade”, afirmou.

Em concreto em relação ao Green Deal, Rio felicitou também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por se ter comprometido a, nos primeiros cem dias de mandato, “apresentar um plano para fazer da Europa o primeiro continente a atingir a neutralidade carbónica”.

Sobre o desafio da criação de emprego, o líder do PSD defendeu que a Europa só conseguirá manter a sua influência mundial se souber preparar as suas economias “para uma era de desenvolvimento pós-industrial”, “com indústrias de valor criativo, com empresas dotadas de tecnologia de impacto zero nos ecossistemas e com a referida digitalização”.

Rio terminou a sua intervenção saudando três personalidades do PPE, começando pela chanceler alemã Angela Merkel, a quem classificou como “a primeira referência da Europa no mundo”.

“Alguém que colocou a sua vida pessoal em último lugar e, também por isso, conquistou com toda a justiça um lugar na história da Europa”, afirmou.

O líder do PSD agradeceu ainda ao presidente cessante da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, “como exemplo de dedicação ao projecto europeu”, e ao presidente cessante do PPE, Joseph Daul, “como exemplo de sensatez, de simpatia e de dedicação” ao Partido Popular Europeu.

“Termino, deixando aqui a minha palavra de confiança no projecto europeu e de empenho na defesa dos valores do PPE. Juntos seremos mais capazes de construir uma Europa mais forte, mais próspera e mais solidária, em que todos possam encontrar mais facilmente o caminho da paz e da felicidade”, referiu.

O ainda presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk, é o único candidato à presidência do Partido Popular Europeu e vai suceder no cargo ao francês Joseph Daul.