Gantz não conseguiu formar Governo e Israel deve ir a votos pela terceira vez
A política israelita está mais bloqueada que nunca, quando se espera a todo o momento saber se Netanyah será formalmente acusado em três casos de corrupção.
Poucas horas antes de terminar o prazo para tentar formar um novo Governo em Israel, Benny Gantz anunciou o falhanço das negociações para formar uma coligação com maioria para governar. Depois de antes Benjamin Netanyahu ter tentado e falhado, o cenário de Israel ter as terceiras eleições em 12 meses é cada vez mais forte. Antes disso, o Parlamento poderá ainda tentar escolher um deputado que tente formar uma maioria - mas tudo pode ainda ser mais complicado se, como prevê, Netanyahu for, esta semana, formalmente acusado em três casos de corrupção.
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Poucas horas antes de terminar o prazo para tentar formar um novo Governo em Israel, Benny Gantz anunciou o falhanço das negociações para formar uma coligação com maioria para governar. Depois de antes Benjamin Netanyahu ter tentado e falhado, o cenário de Israel ter as terceiras eleições em 12 meses é cada vez mais forte. Antes disso, o Parlamento poderá ainda tentar escolher um deputado que tente formar uma maioria - mas tudo pode ainda ser mais complicado se, como prevê, Netanyahu for, esta semana, formalmente acusado em três casos de corrupção.
O Partido Azul e Branco de Gantz e o Likuz de Netanyahu ficaram empatados nas eleições de Setembro. A maneira mais fácil de formarem governo seria uma aliança entre os dois partidos - mas Gantz, que aceitaria coligar-se com o Likud, não aceitaria ter Netanyhau no seu executivo. E o Likud não abdica, de forma alguma, do seu líder Netanyhau.
“O povo de Israel precisa de uma liderança com visão e não de uma liderança de imunidade”, disse Gantz no seu anúncio de que falhou a formação de governo, aludindo aos esforços do Likud para aprovar leis que possam proteger Netanyahu dos processos judiciais.
Netanyahu pode ficar em maus lençóis se perder a imunidade que lhe conferem as funções que desempenha como governante. Espera-se que o procurador-geral, Avichai Mandelblit, anuncie até ao final desta semana se avança com acusações – e com quais – contra Netanyahu no âmbito dos três casos de corrupção em que é visado.
A intransigência do muito conservador Avigdor Lieberman, do Yisrael Beiteinu, tem sido fundamental para que permaneça o nó cego. Lieberman recusou-se a apoiar um governo minoritário - e de aliado de Netanyahu, passou a estar apostado em fazê-lo cair. O seu apoio era fundamental no cenário de as negociações falharem e de Gantz ou Netanyahu avançaram com um governo minoritário.
“Não há dúvidas. Não nos vamos juntar a um Governo de direita ou de esquerda ou [apoiar] um minoritário. Independentemente da forma de governo, não irá sobreviver e não será capaz de funcionar para o que é necessário para o país”, disse Lieberman numa reunião do seu partido, de acordo com o Times of Israel.
Caso nenhum acordo de coligação seja alcançado até à meia-noite [hora de Israel] desta quarta-feira, os 120 deputados do Knesset têm 21 dias para escolherem um deputado apoiado por uma maioria de 61 eleitos para formar executivo, ou convocar eleições antecipadas, as terceiras em apenas 12 meses. Na eventualidade de nenhum deputado ser escolhido, eleições antecipadas serão automaticamente convocadas, com a data vista como a mais provável ser 3 de Março, diz a CNN.