PSD pede esclarecimentos à Câmara de Leiria sobre construção de muro em bairro social

Câmara diz que muro “não isola” os moradores. Deputada socialista que apresentou um relatório parlamentar sobre o racismo já disse que irá visitar o lugar.

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câmara municipal de leiria

Os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Leiria na Assembleia da República pediram esta quarta-feira esclarecimentos à Câmara local sobre a construção de um muro no bairro social da Integração.

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Os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Leiria na Assembleia da República pediram esta quarta-feira esclarecimentos à Câmara local sobre a construção de um muro no bairro social da Integração.

Os deputados questionam o Município liderado por Gonçalo Lopes (PS) sobre as “razões que motivaram a construção de um muro de dois metros a delimitar o bairro social da Integração”, se as “necessidades de definição de limites do terreno não seriam asseguradas através de outras formas ou soluções mais inclusivas” e “de que forma se compatibiliza a circunstância de se tratar de um bairro social de integração e, simultaneamente, estar este bairro delimitado e separado da comunidade, num consequente ato de pura segregação”.

Citada na nota de imprensa, a deputada do PSD, Margarida Balseiro Lopes, eleita por Leiria, considera que “esta parece ser uma situação absolutamente contrária ao objectivo de integração que a autarquia deveria prosseguir”.

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A deputada social-democrata Margarida Balseiro Lopes é uma das eleitas pelos círculo de Leiria e que questionou a autarquia socialista sobre a construção do muro Rui Gaudêncio

“A construção de um muro de 2 metros que isola uma comunidade não é aceitável, tanto mais que as justificações avançadas pela Autarquia leiriense parecem querer disfarçar uma inegável segregação social. A era dos muros que tanto tem sido criticada noutras geografias do mundo parece ter sido adoptada pela Câmara de Leiria”, rematou.

Numa nota de imprensa de esclarecimento à notícia avançada esta quarta-feira pelo Jornal de Notícias sobre este assunto, o Município esclareceu que o “muro estabelece protecção em relação ao terreno florestal, nomeadamente face ao risco e histórico de incêndios florestais naquela zona, o que evidencia a necessidade de oferecer maior segurança e protecção, tendo-se optado pela solução existente”.

Considerando que o “muro não isola pessoas”, a Câmara sublinha que “não existem vivendas do outro lado do muro”, mas sim “um terreno baldio florestal, que não oferece condições de segurança”.

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A deputada socialista, Catarina Marcelino, já falou com a autarquia e visitará o local em data a definir Rui Gaudêncio

“A construção do muro constituía uma obrigatoriedade da candidatura ao PEDU [Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano]” e “existe apenas numa lateral e no tardoz do Bairro da Integração, pelo que não isola”, acrescenta a nota da Câmara, ao revelar que fez um investimento superior a meio milhão de euros “para oferecer condições dignas de vida aos moradores, que antes não tinham”.

Catarina Marcelino irá visitar local

Ao jornal ExpressoCatarina Marcelino, deputada do PS e relatora do relatório parlamentar sobre racismo disse que já falou com a vereadora da autarquia socialista e que irá visitar o lugar. “O objectivo é visitar o terreno para ver como as condições podem ser melhoradas”, declarou. “Os muros são sempre factor de exclusão” e por isso “não devem existir”, acrescentou a deputada socialista. Apesar de a câmara de Lisboa ter justificado a construção do muro para prevenir incêndios já que está perto de um eucalipto, a deputada socialista sublinha que “a construção de um muro nunca é uma boa solução”.