Abusos sexuais: Príncipe André vai deixar de ter deveres reais
O filho de Isabel II declarou estar disponível para colaborar com a investigação relativa ao escândalo Epstein.
Depois de ter falado, pela primeira vez, no sábado, do caso de abusos sexuais relacionados com Jeffrey Epstein, o príncipe André anunciou agora que vai abandonar todos os seus deveres reais e colaborar com as autoridades na investigação. O terceiro filho de Isabel II de Inglaterra compreende que a sua ligação ao magnata norte-americano é um incómodo para a família real, por isso, decidiu afastar-se. Em comunicado, publicado na tarde desta quarta-feira, no Twitter, o duque de Iorque informa que pediu à rainha para deixar de ter deveres reais e que esta aceitou.
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Depois de ter falado, pela primeira vez, no sábado, do caso de abusos sexuais relacionados com Jeffrey Epstein, o príncipe André anunciou agora que vai abandonar todos os seus deveres reais e colaborar com as autoridades na investigação. O terceiro filho de Isabel II de Inglaterra compreende que a sua ligação ao magnata norte-americano é um incómodo para a família real, por isso, decidiu afastar-se. Em comunicado, publicado na tarde desta quarta-feira, no Twitter, o duque de Iorque informa que pediu à rainha para deixar de ter deveres reais e que esta aceitou.
Numa declaração escrita em Agosto, André negou qualquer envolvimento nos crimes sexuais que envolvem menores, embora tenha admitido que mantinha uma amizade com o predador sexual, que acabou por ser encontrado morto na sua cela, numa prisão de segurança máxima, em Manhattan, Nova Iorque, também nesse mês. Agora, André lamenta a sua falta de discernimento na relação de amizade com o norte-americano e diz que o seu alegado suicídio, antes de ter sido julgado, deixa muitas perguntas por responder. O príncipe diz ainda que está solidário com as vítimas de Epstein — um magnata que trabalhava em serviços financeiros e que foi acusado de tráfico de menores que mantinha como escravas sexuais —, e espera que todas consigam reconstruir as suas vidas.
Esta sua declaração surgiu três dias depois da entrevista à BBC, na qual reconheceu a sua proximidade a Epstein, mas negou qualquer relação com menores. Então, admitiu que ficou na mansão do milionário, em 2010, apenas por “conveniência”, o que envergonhou a família real. “O problema foi o facto de, após [Epstein] ter sido condenado, eu ter ficado em casa dele. Essa é a parte de que me arrependo, pois não foi digno de um membro da família real. Tentamos manter os mais elevados padrões e comportamentos e eu desiludi-a”, disse nessa entrevista.
Na mesma entrevista, o duque de Iorque, nega ter mantido qualquer relação com uma das alegadas vítimas do magnata norte-americano, Virginia Roberts, que afirmou ter sido obrigada a manter relações sexuais com os amigos de Epstein quando era menor. Uma dessas pessoas terá sido o príncipe André. Em tribunal, Virginia afirmou que jantou com o filho da rainha Isabel II, que terá ido a uma discoteca londrina após o jantar e que, depois, terá sido abusada sexualmente pelo duque numa casa que pertencia a Ghislaine Maxwell, amiga próxima de Epstein. Então, tinha 17 anos. André começou por negar ter conhecido a jovem, mas depois de ter visto uma fotografia com Virginia, disse simplesmente que não se lembrava de a ter tirado.
Depois da entrevista, várias empresas e instituições que colaboravam com André decidiram afastar-se e retirar o seu apoio às causas deste membro da família real. É o caso do banco britânico Standard Chartered, da empresa de auditoria KPMG, da empresa de telecomunicações BT; assim como de quatro universidades australianas, avança a BBC. André, 59 anos, foi casado com Sarah Ferguson e é pai das princesas Beatrice e Eugenie, respectivamente, nona e décima na linha de sucessão à coroa britânica.