Benfica lança OPA para controlar SAD. Prémio é superior a 80%

Oferece cinco euros por cada acção, o que representa um prémio acima de 80% face à cotação desta segunda-feira.

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Luís Filipe Vieira quer reforçar controlo sobre a SAD LUSA/Miguel A. Lopes

A Sport Lisboa e Benfica SGPS, que directa e indirectamente já controla 66,9% do capital da SAD, lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre 28,06% do capital disperso em bolsa, o que lhe permitirá o controlo quase total da sociedade. Para isso oferece cinco euros por acção, bem acima da última cotação, que foi de 2,76 euros, ou seja, um prémio superior a 80%.

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A Sport Lisboa e Benfica SGPS, que directa e indirectamente já controla 66,9% do capital da SAD, lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre 28,06% do capital disperso em bolsa, o que lhe permitirá o controlo quase total da sociedade. Para isso oferece cinco euros por acção, bem acima da última cotação, que foi de 2,76 euros, ou seja, um prémio superior a 80%.

Depois de quase hora e meia suspensas, as acções da SAD já retomaram a negociação, em forte valorização, de mais 70%, aproximando-se da contrapartida oferecida, isto é, os cinco euros por acção. A valorização está a acontecer numa altura em que o anúncio da OPA tem carácter preliminar, estando sujeito “à obtenção do respectivo registo prévio junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários”.

A OPA, anunciada esta segunda-feira à noite tem carácter voluntário e incide sobre as acções da categoria B, que em 2001 foram vendidas a mil escudos (4,99 euros) cada, correspondendo a uma recompra pelo valor nominal das acções. A oferta representará um investimento até 32,7 milhões de euros.

O capital da Sport Lisboa e Benfica SAD é de 115 milhões de euros, representado por 23 milhões de acções, das quais 9,2 milhões de acções de categoria A (com privilégios previstos nos estatutos), integralmente detidas pelo Sport Lisboa e Benfica, e 13,8 milhões de categoria B, dispersas por outros investidores.

A Sport Lisboa e Benfica SGPS também detém acções da categoria B, pelo que a oferta incide sobre cerca de 6,5 milhões de acções desta categoria. A sociedade avança ainda que independentemente do nível de aceitação da oferta, não se aplica a aquisição ou alienação potestativa das restantes acções, o que significa que não fica obrigada a lançar uma oferta pública de aquisição e que “não irá requerer a perda da qualidade de sociedade aberta (…) mantendo-se assim as acções admitidas à negociação em mercado regulamentado (Euronext Lisbon)”.

O presidente do clube da Luz, Luís Filipe Vieira, detém 753.615 acções, representativas de cerca de 3,3% do capital, mas os direitos de voto destas acções estão imputadas à Sport Lisboa e Benfica SGPS. O mesmo se passa, embora com participações mais reduzidas, com outros membros dos órgãos sociais do clube. Estas e todas as acções imputadas à SGPS não podem ser vendidas na presente OPA.

No prospecto da operação não é avançada qualquer explicação para a OPA, apenas é garantido que a SAD continuará a ser dominada pela Sport Lisboa e Benfica SGPS, não resultando qualquer alteração de domínio. Mas um eventual reforço da participação directa na sociedade que detém a equipa de futebol deixa a sociedade liderada por Luís Filipe Vieira em melhor posição para enfrentar uma hipotética OPA hostil ou mesmo uma oferta amigável.

Notícia actualizada com mais informação às 11h